ANDRÉ SILVA
A professora Elba Dias, investigada pela Polícia Federal por fraude na prestação de contas da merenda escolar quando foi diretora da Escola Estadual Nilton Balieiro Machado, no Marabaixo III, diz que está sofrendo perseguição política.
O advogado dela considera que a condução coercitiva de sua cliente foi desnecessária e condenável. Ela foi exonerada na semana passada, dia 14, do cargo de diretora que exercia atualmente na escola Coaracy Nunes.
Elba e o advogado, Ruan Dias, conversaram com o site SELESNAFES.COM no fim da tarde desta quarta-feira, 19. A professora permaneceu calada boa parte da entrevista e aparentava estar muito abatida. Logo no início, ela disse estar sofrendo perseguição e que vai provar a sua inocência.
O advogado disse que a forma com que a professora foi levada para prestar depoimento na sede da Polícia Federal foi desnecessária. Ele alegou que a ex-diretora não sabia que estava sendo investigada e que se fosse chamada para prestar depoimento formalmente ela não se negaria ir.
“Conduziram ela coercitivamente sendo que a PF deveria agir assim se ela se recusasse a ir, mas ela não sabia de nada que estava acontecendo”, argumentou o advogado.
Em poucas palavras, ele negou todas as acusações feitas contra a professora, inclusive sobre os depósitos que a CGU diz terem sido feitos nas contas de parentes da professora.
Em relação ao desvio do dinheiro, ele disse que o que houve foi uma “inadequação” por parte dela em relação ao uso dos recursos, e que isso é algo que pode ser provado, e que a professora nunca se apropriou de recursos de terceiros.
Ruan Dias reforçou que o que ocorre é que a professora está sofrendo perseguição política por ter feito parte da gestão do ex-governador do Estado Camilo Capiberibe (PSB) de 2010 a 2014, mesmo tendo assumido um cargo público esse ano como diretora da escola Coaracy Nunes. A indicação da professora partiu do deputado federal Vinícius Gurgel, de acordo com o advogado.
A defesa da professora adiantou que vai contratar uma empresa particular para fazer uma auditoria nas contas do caixa escolar daquele ano.
Segundo as investigações, ela assinava prestações de contas fraudulentas e falsificava cheques que eram pagos para a empresa que fornecia a merenda para a escola supostamente de propriedade de parentes dela.
A Operação ‘Migalhas’ foi deflagrada na ultima sexta-feira, 14, pela Policia Federal do Amapá. A professora é acusada de desviar cerca de R$ 200 mil do caixa escolar.