DA REDAÇÃO
Moradores da comunidade do Maracá, a 130 quilômetros de Macapá na BR-156, continuam sofrendo com a falta de energia. Eles dizem que a quantidade de óleo enviada para abastecer a comunidade não supre a necessidade. A Secretaria de Estado de Inclusão e Mobilização Social (Sims) disse que aumentou de 15 mil para 35 mil litros de óleo diesel que abastece os geradores, e diz que está havendo uso indevido da energia.
Por telefone, um morador do Distrito do Maracá informou na tarde desta segunda-feira, 3 que o distrito está sofrendo com o racionamento de energia. Ela é desligada às 6h e só é religada as 18h. Os produtos perecíveis estão se perdendo.
“Isso tem prejudicado a gente demais. Todo mundo está perdendo seu frango aqui porque não dá tempo de congelar”, conta o comerciante Tiago Dias.
Ele contou que a quantidade de óleo enviada não tem suprido a necessidade da comunidade. “Antes os geradores funcionavam 24 horas”, reclamou
Por outro lado, a Sims afirma que os moradores estão usando o combustível de forma indevida.
“O combustível está sendo utilizado em festas e bares e isso acaba fazendo com que o combustível acabe mais rápido e não supra a demanda de energia para o local”, informou a secretaria em nota.
O morador rebate dizendo que houve aumento da população e que há muito tempo não há festas no local.
“Há muito tempo que aqui não tem festa e quando tem, o som que é utilizado é fraco e não consome tanta energia. Não vem som grande para cá, é só sonzinho besta. Acontece é que eles reduziram a quantidade de óleo”, protestou o homem.
A ponte que dá acesso à região de Laranjal do Jari foi incendiada no último dia 14 de setembro em protesto contra a falta de energia. A energia é fornecida para a comunidade por meio do programa “Luz para Viver Melhor”.
A Secretaria de Estado de Inclusão e Mobilização Social (Sims) atende a comunidade com 35 mil litros de óleo diesel mensal para os geradores de energia. A cota prevê o atendimento com 24 horas diárias de energia para consumo doméstico e de serviços essenciais. Nesse caso, o cidadão consome o produto, mas não paga por ele.
Uma audiência pública foi marcada pela Justiça Federal para o dia 24 de outubro, com representantes da comunidade, secretarias de governo e representantes da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) e Eletronorte para debater o problema.