SELES NAFES
Uma menina de apenas 9 anos foi estuprada dentro da Escola Estadual Gonçalves Dias, no Bairro do Buritizal, Zona Sul de Macapá. O caso já está sendo investigado pela Polícia Civil, e o principal suspeito seria um condenado que presta serviços comunitários na escola.
O crime ocorreu no fim de junho. A menina relatou que o estupro ocorreu no banheiro feminino. O homem a imobilizou e com uma das mãos impediu que a garota gritasse por socorro. Em seguida a violentou.
Não há testemunhas. Uma professora chegou a perceber uma certa mudança no comportamento da menina, mas nada foi revelado.
Os pais só descobriram o que ocorreu porque a menina ficou doente. Um exame confirmou que ela contraiu condiloma acuminado, doença sexualmente transmissível que não tem cura, apenas controle.
“A menina consegue identificar a pessoa, inclusive ela diz que tinha uma mão grossa que tampou a boca dela. Ela terá que se submeter a uma cirurgia em face da violência”, comentou o delegado Daniel Mascarenhas, da Delegacia de Crimes Contra Criança e Adolescente (Dercca), que tomou conhecimento do caso na quinta-feira, 13.
Na Escola Estadual Gonçalves Dias existem 6 condenados cumprindo pena alternativa em forma de prestação de serviços à comunidade. O delegado diz ter certeza que um deles cometeu o crime.
“Pelo modus operandi (modo de operar) que se repete. Pôs a mão na boca da menina, virou o rosto dela pra que não olhasse no rosto. Já pedi a ficha de todos eles que estão cumprindo pena”, adiantou Mascarenhas, que já tomou depoimentos da diretora, dos pais e outras pessoas.
O agressor ainda não foi identificado, mas a polícia garante que vai indiciar o culpado.
“A boa notícia é que a menina diz que pode reconhecer ele. Temos as características. Vou fazer uma varredura e chegar nele como cheguei no abusador do início do ano”, adianta o delegado.
Mascarenhas se referiu a outro caso de estupro ocorrido em escola pública no início do ano. A vítima foi um garoto. O agressor, que também cumpria pena alternativa por briga no trânsito, foi indiciado, mas a Justiça negou a prisão preventiva.
Daniel Mascarenhas criticou o fato de condenados a crimes como tráfico de drogas e lesão corporal estarem cumprindo penas em escolas infantis.
“Poderiam estar retirando pichações de muros, limpando prédios públicos, ajudando em hospitais”, ponderou.