SELES NAFES
O candidato a prefeito de Macapá, Gilvam Borges (PMDB), foi denunciado neste sábado, 1º, pelo Ministério Público Eleitoral do Amapá por compra de votos nas eleições de 2016. O MPE afirma que ele receberia votos em troca de terrenos que seriam doados pelo governo do Estado à Associação dos Sem Casa do Estado do Amapá. Uma ação pede a cassação da candidatura de Gilvam e do vice, Adiomar Veronese (PROS).
A investigação começou depois que o MPE recebeu informação pelo Disk Denúncia de que na noite do dia 28 de setembro haveria uma reunião na sede do antigo colégio Desafio para tratar do apoio do governador Waldez à candidatura de Gilvam Borges.
Horas antes, no Palácio do Setentrião, representantes da Associação dos Sem Casa haviam se reunido com o governador Waldez Góes que anunciou a abertura de 900 lotes urbanos atendendo proposta da entidade.
À noite, Açaituba reuniu cerca de 400 pessoas da associação para um encontro com Gilvam Borges e Adiomar Veronese.
“Nos infiltramos na reunião que de fato aconteceu. Temos as filmagens. Era a promessa de lotes em troca de votos. Estava o Jorge Amanajás (secretário de Transportes do Estado), o deputado federal Roberto Góes (PDT) e outros apoiadores da campanha de Gilvam. Como só tínhamos essa imagens, nós guardamos o CD”, comentou a promotora eleitoral, Andréa Guedes.
“Para a nossa surpresa, ontem (30/09), as 17h, chegou ao nosso Whatsaap o áudio do senhor Açaituba conclamando os associados a lembrarem do dever de casa no dia 2 de outubro em razão da doação dos lotes. Nem é mensagem subliminar, é uma mensagem direta de troca de votos pela doação do governo”, acrescentou a promotora.
O áudio foi distribuído para os jornalistas durante coletiva com o MPE. Nele, Carlos Gomes da Silva, o Açaítuba, diz o seguinte:
“Só reforçando a todos os nossos associados que não esqueça do dia 2 de outubro. Uma grande luta nos conseguimos. Já está no site do governo. O governo colocou que assumiu a parceria com a Associação dos Sem Casa do Estado do Amapá e 900 lotes sairão pra n;ós. Então agora vamos fazer também o dever de casa”, conclui Açaítuba. Ouça:
Andréa Guedes ingressou com uma ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) recomendando que os secretários de Estado se abstenham de iniciar o processo de doação dos lotes. A ação pede ainda a cassação do registro de candidatura ou diploma de Gilvam Borges.
“Não é perseguição do MPE. Não podemos receber a denúncia e fingir que não recebemos. Eu não dormiria tranquila”, concluiu.
Quem vai julgar a ação é o juiz Adão Carvalho, da 2ª Zona Eleitoral de Macapá. A coligação de Gilvam Borges ainda não se pronunciou sobre o caso.