ANDRÉ SILVA
Um dos advogados do suspeito do crime da “Casa Chama” disse em entrevista ao SELESNAFES.COM na manhã deste sábado, 29, que o seu cliente não deveria estar preso porque não era réu no processo quando se mudou do Amapá. Ele aguarda o julgamento de um habeas corpus pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), já teve o pedido negado pelo Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap).
No dia 28 de março de 1999, Elizelda Freitas da Silva, de 26 anos, foi encontrada morta no apartamento onde morava nos altos da Casa Chama, no centro comercial de Macapá. Ela foi morta com 27 facadas.
Suspeito de cometer o crime, Jackson Nepomuceno, foi preso Ceará e agosto, e está no Iapen esperando julgamento.
O advogado de defesa Marcelo Lisboa toma como base o relatório emitido pelo Ministério Público do Amapá em 1º de setembro deste ano, que diz que o então suspeito não se encontrava foragido, pois tem residência fixa no município de Tianguá, no Ceará, há mais de três anos, onde é pastor e juiz arbitral pelo Tribunal de Justiça da Bahia.
“…O que se verifica é que o juiz não envidou os esforços mínimos para a localização do paciente, limitando a publicar edital de citação e a expedir o decreto prisional, sem a realização de nenhuma outra diligência para obter seu endereço”, diz citando o parecer do MP o advogado.
Ao contrário do que afirma a família da vítima e a promotora Andréa Guedes, a defesa afirma que Jackson Nepomuceno é inocente, não estava no local na hora do crime, e que estaria arrolado no processo como testemunha. A defesa ainda alega que ele nunca se negou a prestar esclarecimentos sobre o crime.
Questionado sobre quem o seu cliente acusa de ter visto, o advogado diz não poder dar mais esclarecimentos por não conhecer todo o caso e só trabalhar na defesa do pedido de habeas corpus.
A família do acusado emitiu uma nota repudiando a decisão da prisão de Jackson. O irmão dele, Jonas Nepomuceno, que está no estado acompanhando o andamento do processo, afirma que “o processo é uma bagunça”, e acredita que o irmão é inocente.
Desde o início das investigações, a polícia apontava para um terceiro suspeito, neste caso Jackson Nepomuceno. Consta nos autos que depois do crime ele teria sido atendido em uma unidade de saúde com um corte na mão.
Ele havia sido reconhecido por testemunhas por meio de fotografias como a pessoa que conversava com a vítima no portão na madrugada do crime.