ANDRÉ SILVA
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Novo Horizonte, Zona Norte de Macapá, completou dois anos de funcionamento no último dia 16 de outubro. O problema na compra de um aparelho de raio x para o centro também completa a mesma idade.
Sem o equipamento, muitos exames deixam de ser realizados e isso sobrecarrega outras unidades de saúde do Estado. O processo se arrasta desde a inauguração, no fim de 2014.
O portal SELESNAFES.COM foi apurar e ouvir as partes envolvidas no assunto, e encontrou um aparelho de raio x parado por problemas originados na compra e instalação. A reportagem também encontrou muita gente insatisfeita com o problema.
“Com um aparelho desses aí funcionando, a UPA poderia ser quase um hospital. A gente não precisaria sair daqui lá pro Centro pra ser atendido”, queixa-se Raimundo Dias, de 56 anos.
Segundo a administração do local, a sala onde o equipamento foi instalado não era própria pra o seu funcionamento. Para operar, a sala deveria ser revestida com uma material que bloqueia a passagem da radiação para o resto da unidade. O aparelho nunca funcionou.
“Quando ele é ligado, dispara e desliga. A carga que é usada nele não permite uma imagem nítida. Além disso, tinha os problemas das paredes que não eram baritadas (chumbadas). Contratamos um físico que veio de Belém e fez todos os testes e constatou que na direção do ‘bucky mural’ havia um alto nível de radiação, então mandamos baritar. Agora a sala está toda pronta”, explicou o administrados Wenderson Neves.
Ele diz que além das condições da sala, que eram impróprias para que o aparelho funcionasse, há uma investigação sobre o assunto. Acredita-se que o aparelho tenha sido vendido como novo, mas pode ser que seja usado.
A Secretaria de Saúde do Estado (SESA) informou que um inquérito policial foi aberto para investigar a procedência do aparelho. A apuração dos fatos está em andamento.
Em dois anos, a UPA já realizou mais de 2 milhões de atendimentos.