CÁSSIA LIMA
A Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) informou na manhã desta terça-feira, 8, que vai abrir sindicância para apurar os supostos pagamentos fraudulentos que culminaram na “Operação Rescisória”, deflagrada na segunda-feira, 8, pelo Ministério Público e Polícia Civil. Deputados informaram que cheques de indenizações estavam sendo emitidos fora do horário de expediente da Alap.
“Vamos tomar todas as providencias cabíveis. Não vamos julgar ninguém porque não temos uma posição precisa do que aconteceu. No momento, vamos tomar ciência de todos os fatos e fiscalizar”, disse a vice-presidente da Alap, Roseli Matos (DEM), durante entrevista coletiva.
A operação cumpriu mandados de busca e apreensão no anexo administrativo da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), localizado na Rua Santos Dumont, no Bairro do Buritizal, Zona Sul de Macapá. O diretor geral e o secretário de finanças foram ouvidos. A polícia apreendeu documentos e HDs. O objetivo é investigar o pagamento de indenizações trabalhadores a assessores de deputados.
A Procuradoria-Geral da Alap já entrou com pedido judicial de devolução do material apreendido. Os deputados alegam que os HD’s levados continham informação sobre o pagamento de outubro.
Truculência
“Estamos pedindo que nossos documentos e computadores sejam devolvidos, haja vista que isso empata o pagamento dos nossos servidores. A ação do MP foi feita de forma truculenta e se eles tivessem solicitado, a mesa entregaria os computadores sem problema nenhum”, frisou o deputado Pedro Dalua (PSC).
De acordo com os parlamentares, depois das 18h da sexta-feira, 4, foram emitidos 31 cheques no valor total de R$ 360 mil. Eles foram assinados pelo diretor geral e pelo secretário de Finanças. Os cheques tratam de valores referentes a indenizações e diárias, e só não foram sacados por causa da operação do MP que tinha decisão judicial mandando sustar todos os pagamentos.
“Nós soubemos dessas informações pelo MP. Já que na sexta a Alap e nem o banco estavam abertos nesse horário. Estamos aguardando o MP e vamos investigar porque também temos o interesse em saber porque os diretores assinaram os cheques”, comentou Dalua.
Os deputados alegaram na coletiva desta manhã que a auditoria vai investigar se esses funcionários que estavam com os nomes nos cheques trabalharam, tiveram suas contas calculadas, se receberam indenização e se dividiriam com alguém esse valor.
O deputado Paulo Lemos (Psol) destacou que desde dezembro do ano passado mais de mil servidores foram demitidos da Assembleia por causa de uma recomendação do MP.
De acordo com a legislação, a Assembleia pode ter até 1,3 mil cargos, mais no ano passado havia mais de 2 mil servidores.
“Esse é um momento de investigação de atos administrativos. Não sabemos se essas pessoas do cheque são da gestão do deputado Kaká ou do Jaci, mas o que sabemos é que vamos investigar”, disse o deputado Paulo Lemos (Psol).