SELES NAFES
Dois diretores de um curso preparatório para concursos nas Forças Armadas passaram momentos que nunca esperavam viver no último fim de semana. Eles foram conduzidos por policiais militares a uma delegacia de polícia acusados de estelionato. Depois de depoimentos e uma acareação, a Polícia Civil concluiu que tudo não passou de um grande, e infeliz, mal entendido provocado pelo nervosismo e desinformação do pai de um candidato.
No último sábado, 19, Railson Figueira Valente e Rodrigo Barbosa, diretores do cursinho Aprove, estavam na Escola Estadual Augusto Antunes, no município de Santana, prestes a iniciar uma palestra sobre o cursinho, um dos vários que existem pelo Brasil especializados em preparar jovens para disputar vagas nos centros de formação das Forças Armadas.
Antes da reunião com 75 candidatos começar, policiais militares chegaram na escola informando que os dois teriam que acompanhar a guarnição até a delegacia de polícia.
“Não nos informaram o motivo. Não houve prisão, inclusive fomos em nosso próprio carro. Na delegacia entregamos todos os nossos pertences e aguardamos quase 3 horas para depor. Alguns pais estavam lá preocupados querendo saber se ainda ia ter a palestra porque queriam matricular os filhos no curso. Um policial chegou e nos mandou calar a boca”, lembra Railson Valente, responsável pelo departamento de marketing do cursinho Aprove.
No sábado, a Polícia Militar divulgou que havia apresentado dois suspeitos de oferecer um curso que supostamente não existia, e que ainda garantia o ingresso nas forças armadas.
“Essa garantia nunca aconteceu. O que oferecemos é um teste de nivelamento para que os melhores candidatos possam de fato participar das aulas. Inclusive 27 já iniciaram o curso. Estelionato é quando você promete algo e não entrega. Nós temos um contrato onde estão claros os direitos e deveres de ambas as partes. O delegado fez uma acareação, apurou e depois nos liberou sem nenhuma autuação ou indiciamento”, informou Valente.
Os diretores do cursinho também negaram que candidatos já tenham adiantado algum valor em dinheiro.
“Só deveria pagar um quilo de alimento não perecível quem tivesse interesse depois da palestra. Vários fizeram a prova e já estão estudando. Toda essa confusão foi causada por um suposto pai que não nos procurou pra saber as informações e foi inflamando outros (pais). A PM acabou divulgando uma nota de forma equivocada com nossos nomes e somos pessoas de bem dentro da sociedade”, acrescentou.
Agora os diretores correm atrás do prejuízo. Eles tentam uma retratação pública da PM, e estão divulgando a realização do curso como oportunidade para que os jovens estejam preparados para os concursos de ingresso nos centros de formação do Exército, Marinha e Aeronáutica.
“Trabalhamos com nível de preparação intelectual desses jovens para que estejam preparados para fazer a prova assim que o edital for publicado. O curso Aprove tem como objetivo alcançar a aprovação de seus alunos. Infelizmente, tivemos esse problema causado por um pai que não teve coerência e não nos procurou para tirar dúvidas. O cursinho está completamente organizado e credenciado com polo específico em Santana na Universidade Aberta do Brasil (Santana)”, explica Rodrigo Barbosa, outro diretor do Aprove.
Apesar de toda a confusão provocada por um mal entendido, os diretores garantem que o Aprove vai continuar preparando jovens, e quem quiser mais informações sobre as carreiras militares, o curso preparatório e novas datas de prova poderá ligar para 99120 5008.