VALDEÍ BALIEIRO
A Escola Estadual Elizabeth Picanço Esteves, localizada no município de Santana, distante 17 quilômetros de Macapá, foi arrombada pela sexta vez desde que o governo estadual suspendeu os contratos de vigilância nas unidades de ensino. Além da depredação, foram furtados materiais didáticos e equipamento da sala de ensino especial na madrugada desta quarta-feira, 3.
Segundo o relato de alguns professores, a cada novo arrombamento, os prejuízos são incalculáveis, o que vem acarretando atraso nas aulas. Quem sai prejudicado com a situação são os alunos que estudam as vésperas do Exame Nacional do Ensino Médio.
A professora Delba Araújo contou que na última invasão indivíduos destruíram as instalações da sala de ensino especial. Até uma máquina de braille foi furtada, mas foi encontrada no caminho da fuga dos bandidos.
“Quando recebi a notícia de mais uma invasão de marginais na escola onde trabalho, não tive coragem de ver o estrago, pessoalmente. Mas pelas fotos que vi, acredito que foram pessoas que tem raiva de pessoas com deficiência. Simplesmente destruíram a sala de atendimento do Ensino Especializado (AEE) e levaram a única máquina braille, a qual uso para transcrever os textos e as provas para uma aluna cega que acompanho com apoio pedagógico. Não sei se quero mais trabalhar nesta escola, pois não sinto deste governo o interesse na preservação de nossa educação”, desabafou a professora.
A professora ainda acredita que sejam ex alunos envolvidos com vandalismos que estão por trás do ocorrido com a escola.
“Não sei o que está acontecendo com nossa escola. Estão destruindo um patrimônio que é da comunidade sem entendermos o que eles querem com isso. Nós professores, estamos de mãos atadas, com receio de acontecer o pior. Nosso ano letivo está muito comprometido e ainda não vemos luz no fim do túnel. Nossa escola está pedindo socorro. Esperamos que a ajuda venha o mais rápido possível”, disse Delba Araújo.
O professor de artes, Ed Carvalho, conta que com as condições apresentadas e nenhuma resposta do governo do estado, a única opção é fechar a escola.
“É um absurdo o que vem acontecendo com a nossa escola e com nossos alunos. Não podemos mais ficar assim sem ser ouvido pelo poder público. Vamos nos reunir e talvez decidir pelo fechamento da escola, pois os alunos já quase não vem para ter aula com medo. Os professores também sentem medo. Isso é notório e nãos os culpamos, pois nada podemos mais fazer”, desabafou o professor educador.
A Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) investiga os casos dos arrombamentos e furtos na escola Elizabeth.