SELES NAFES
Um simples convite para uma festa “privê” em uma residência funcional do Exército Brasileiro na fronteira com a Guiana Francesa se transformou em uma noite de terror para uma mulher de 31 anos. Ela foi estuprada com requintes de perversidade (foi suja com fezes humanas) e abandonada inconsciente em uma lixeira pública no município de Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá.
A Polícia Civil do Amapá praticamente resolveu o caso. O principal suspeito é um terceiro sargento do Exército de 27 anos.
Segundo as investigações, a vítima estava caminhando pela cidade na noite da última terça-feira, 8, quando foi abordada por um homem em um carro acompanhado de outras mulheres.
Ele se identificou, e a convidou para uma festa privada em sua casa, um imóvel funcional dentro da área militar de Clevelândia do Norte, distrito a 16 quilômetros da sede de Oiapoque. Na casa moram ele e outro sargento.
A vítima aceitou o convite, mesmo sem conhecer o homem.
“Lá ficaram ingerindo bebida alcoólica, e fazendo uma brincadeira, onde rolou beijo e outras coisas”, disse a delegada Waldelice Carneiro, que apura o caso.
A vítima ficou tão embriagada que perdeu os sentidos. Algumas pessoas dormiram na casa. Ainda de madrugada, diz a polícia, o sargento teria saído da residência sem que ninguém percebesse carregando a vítima, que depois foi encontrada por catadores de lixo num ramal a caminho do Distrito de Vila Vitória. Ela estava desacordada.
A polícia afirma que se passaram algumas horas entre a saída do imóvel e o momento em que ele abandonou a vítima na mata.
“Estamos atribuindo a ele o fato. As testemunhas afirmam que na casa não ocorreu (o estupro). O acusado diz que não sabia onde deixá-la, já que estava desacordada, e foi para a estrada de Vila Vitória, afirmando que a deixou na mata, isso já pela manhã. Eu acredito que ele deixou o imóvel por volta de 4h da manhã”, estimou a delegada. O sargento afirma que deixou o imóvel por volta das 6h40min.
A vítima foi encontrada com sinais de violência sexual. Havia fezes pela roupa e até na boca dela. Um laudo da Polícia Técnica do Amapá (Politec) também comprovou violência na genitália e no ânus.
Exames apontaram ainda que ela é portadora do vírus da Aids e da hepatite B, além de ter um tumor no cérebro. A vítima, que foi abrigada pela polícia em um hotel da cidade, contou em depoimento que mora em Macapá, e estava indo para a Guiana Francesa onde trabalharia como doméstica.
A mulher afirma não lembrar de nada que aconteceu depois da festa. O sargento Helino Nogueira Maia foi indiciado e vai responder também a procedimento administrativo no Exército.
Ele está detido no quartel de Clevelândia do Norte, e a delegada deve pedir nesta sexta-feira, 11, a prisão preventiva do miliar.
“Foi um fato isolado. Os superiores dele foram comunicados e estamos esperando agora o resultado dos exames de coleta de material do sargento”, concluiu a delegada. Os exames podem confirmar que o material genético encontrado na vítima é do militar.
Se o crime ocorreu fora da área militar, o sargento poderá ser preso e obrigado a aguardar julgamento no presídio de Oiapoque. Se o crime ocorreu na área militar, ele poderá aguardar em instalações militares pelo desfecho de todo o processo.