SELES NAFES
O deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), Moisés Souza (PSC), se entregou à justiça no início da noite desta terça-feira, 29. Ele foi apresentado pelo advogado Maurício Pereira no prédio da Promotoria de Investigações Criminais (Picc), no Centro de Macapá.
O deputado chegou por volta das 18h20min acompanhado de advogados, parentes e assessores embarcados em 4 veículos que entraram na garagem da promotoria, ao lado da portal principal do prédio.
O local foi isolado. A imprensa não pôde chegar perto. Depois de alguns minutos, todos desceram dos carros. Moisés Souza desceu de um Fiat Línea branco e entrou às pressas no prédio.
O deputado se entregou depois de um dia inteiro de negociações entre o advogado de defesa, Ministério Público e Tribunal de Justiça. Tentando evitar o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), a defesa usou a prerrogativa do foro privilegiado, e passou a exigir “acomodações apropriadas” para Moisés Souza.
Consultado, o comandante da PM, coronel Carlos Souza, chegou a concordar em custodiar o deputado no prédio do comando geral da Polícia Militar, no Bairro do Beirol, onde não existem celas de detenção.
O comandante colocou à disposição um vestiário. O lugar, sem ar condicionado, é usado pelos policiais depois da educação física. Possui apenas uma cama e um guarda-roupas.
O comandante deixou claro, no entanto, que poderia receber o deputado, desde que o Iapen fizesse a guarda dele. A direção do instituto penitenciário alegou falta de efetivo. Além disso, o MP também era contra a prisão na PM.
No final das contas, a desembargadora Sueli Pini, que decretou a prisão, determinou que ela seja enviado para o Centro de Custódia, no Bairro do Zerão, Zona Sul de Macapá, onde ficam os funcionários públicos que respondem a processos e cumprem penas. É o mesmo lugar onde está o sargento preso pelo assassinato de um servidor da justiça.
O ex-secretário de Finanças da Alap, Edmundo Tork Filho, também se entregou junto com Moisés Souza. O ex-deputado Edinho Duarte e os demais réus continuam foragidos.