Mulher oferecia contratos administrativos em troca de dinheiro, diz PC

Acusada foi reconhecida por vítimas. Segundo a polícia, ela oferecia empregos na Sesa
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OLHO DE BOTO

Uma mulher de 22 anos foi conduzida para a Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (DECCP) na noite desta quarta-feira, 16, acusada de oferecer empregos no serviço público em troca de dinheiro. Pelo menos 8 vítimas já compareceram à delegacia para registrar queixa e reconheceram a acusada.

Segundo a polícia, Cláudia Thaíse da Costa Picanço recebia currículos e cobrava R$ 120 com a promessa de conseguir empregos na Secretaria de Saúde do Amapá (Sesa). De acordo com as investigações, a acusada fazia as propostas via Whatsaap e Facebook.

Cláudia Thaíse na delegacia: R$ 120 para apressar documentos e conseguir os contratos administrativos. Fotos: Olho de Boto

Cláudia Thaíse na delegacia: R$ 120 para apressar documentos e conseguir os contratos administrativos. Fotos: Olho de Boto

“Fica mais fácil enganar as pessoas perto de eleições. As pessoas ficam esperando que a eleição vá gerar uma vaga. Foi quando a Cláudia começou a agir, em agosto, oferecendo pelo Whatsapp. Duas pessoas de uma mesma família chegaram a ser enganadas por ela”, comentou o delegado Glemerson Arandes, da DECCP.

Como as promessas de emprego não foram se consolidando, Cláudia Thaíse começou a ser pressionada pelos “clientes”. A última promessa feita por ela é de que até o próximo dia 20 tudo seria revolvido.

Durante a semana, o delegado Glemerson Arandes ficou sabendo da história e com a ajuda de uma pessoa marcou um encontro com a acusada no Conjunto Macabapa, na Zona Norte da capital. O encontro era para que um currículo fosse entregue e mais dinheiro fosse repassado pelo emprego prometido.

O delegado foi junto, e conduziu a suspeita para a delegacia. Não se tratou de uma prisão em flagrante, mas ela deve ser indiciada por estelionato em função do testemunho de outras vítimas.

“Ela disse que tinha contratos na Sesa pra trabalhar na recepção, só que era preciso tirar a carteirinha de saúde. Ela afirmou que tinha pessoa que tirava bem rápido, mas era preciso pagar R$ 120. Eu tô desempregada, então aceitei. Levamos o dinheiro pra ela, que disse que assim que tivesse a resposta, o pessoal da Sesa ia ligar pra gente. Mas todos os dias ela inventava uma história”, disse uma vítima.

Cláudia é ex-funcionária de empresa terceirizada

Cláudia é ex-funcionária de empresa terceirizada

“Nosso objetivo era pra identificar, ouvir o depoimento dela e para que outras pessoas que foram enganadas possam colaborar para gerar o indiciamento. Eu peço a todos que foram enganados que compareçam na delegacia”, conclamou Arandes.

A suspeita, que já tinha trabalhado numa empresa terceirizada no Hospital de Emergência de Macapá (HE), foi liberada após depoimento.

O delegado Glemerson Arandes lembrou como a conduta das vítimas foi errada. 

“A pessoa que é vítima, também é uma pessoa que quer levar vantagem. Às vezes é a ganância, desespero, mas o estelionato também conta com a colaboração da vítima que quer lucrar”, concluiu.

Seles Nafes
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