DA REDAÇÃO
Alunos que esperavam ansiosos pela ida aos Jogos da Juventude, que começou na última quinta-feira, 10, no estado da Paraíba, não puderam embarcar para a competição. As passagens que deveriam ter sido fornecidas pela Secretaria de Desporto e Lazer (Sedel), segundo as federações esportivas, não foram emitidas. A Sedel diz que o governo precisou priorizar a folha de pagamento do funcionalismo.
“Muito triste. Nós estávamos esperançosos por esse dia. Nós fomos saber que a nossa ida havia sido cancelada no dia que deveríamos viajar. Eu já tinha preparado minha bagagem assim como muitos atletas”, contou a enxadrista Aline Viana, de 16 anos.
Ela era uma grande esperança de medalhas nesses jogos, segundo avaliação do seu técnico, Liu Kim. Ela já participa há quatro anos desse evento. Para ele, o grande problema foi que a notícia da não emissão de passagens chegou muito tarde, sem ter dado chance para os técnicos e atletas tentarem uma outra forma de apoio.
“Descobrimos que não iríamos por terceiros através de print’s de conversas das federações. Estive quinta-feira passada na secretaria e eles não disseram nada, pelo contrário, disseram que iríamos. Os alunos ficaram muito tristes”, disse o técnico que também é presidente da Federação de Xadrez do Amapá .
Além de Liu, o também técnico e presidente da Federação de Judô do Amapá, Antônio Viana (kimono branco na foto de capa), também não se conforma com o que ele chama de falta de compromisso da Sedel para com os alunos.
“Nós tínhamos 8 atletas em condições de disputar medalhas. Eles nos avisaram que não iríamos três dias antes do evento. Estávamos com uma equipe muito forte com muita chance de medalha”, protestou.
Os atletas que participam dos Jogos da Juventude foram selecionados após a etapa estadual que aconteceu em junho deste ano.
Além de atletas de modalidades individuais, haviam também equipes de futsal, vôlei, basquete e outras modalidades coletivas. Ao todo seriam 139 pessoas, somando atletas e comissões técnicas.
“Eu assumi a secretaria em agosto, e o antigo secretário não havia feito o planejamento para aquisição de passagem. Então eu tive que fazer readequações. Quando me foi passada a situação pela coordenadoria eu viabilizei um processo licitatório para a compra das passagens. A fase municipal já havia acontecido e a estadual também, e nós já tínhamos o processo licitatório em curso. Nesse intervalo o governo restringiu o orçamento para que pudesse viabilizar a folha de pagamento de servidores, o que nos fez parar o processo e priorizar a folha”, justificou o secretário de Desporto, Vicente Cruz.
O secretário estimou que todas as passagens somariam uma valor de mais de R$ 300 mil. Ele disse que, além do Amapá, mais 14 estados deixaram de ir aos jogos por questões financeiras.