ANDRÉ SILVA
As evidências bíblicas sobre a reencarnação estiveram entre os temas abordados no 5º Seminário Espírita do Amapá que iniciou na manhã deste sábado, 26, e se estende até domingo, 27.
Um dos palestrantes do evento é o professor e mestre Severino Celestino da Silva de 67 anos. Ele é espírita há 37 anos, e disse que a primeira experiência com espíritos ocorreu aos 5 anos de idade. A avó já morta, segundo conta, vinha todos os dias conversar com ele.
Celestino é um homem polêmico, é doutor e mestre em Ciência da Religião. Domina a língua hebraica e já traduziu os textos antigos da Bíblia. Ele defende a tese de que o Livro Sagrado traz evidências sobre reencarnação.
“O espiritismo não criou a reencarnação, ele adotou porque a maioria das religiões não cristãs são reencarnacionistas. Os drusos, os muçulmanos, corrente sofista muçulmana, hindus, os gregos antigos da escola pitagórica, todos eles professam a reencarnação. O judaísmo usa a expressão ‘rodas das almas’ para dizer que as almas vão e vem, e a Bíblia está cheia de passagens que falam de reencarnação”, explicou o professor.
Em uma das traduções que ele fez dos 1.564 versículos do livro de Gênesis, escrito por Moisés, ele conta que no capítulo dois, no versículo sete, diz que quando Deus soprou nas narinas do homem, que fez do pó da terra, soprou um “sopro de vidas”, no plural.
“Vários tradutores da Bíblia não colocam a palavra ‘vidas'”, argumentou o palestrante.
Em sua obra ‘Analisando as traduções bíblicas’ ele traz esse e mais oito exemplos de como a Bíblia foi traduzida em boa parte de maneira deficiente, de acordo com sua avaliação. Um outro exemplo que o estudioso cita está no livro de Salmos, no capítulo 23 muito difundido entre os que professam o cristianismo.
“Todo mundo traduz: o Senhor é meu pastor e nada me faltará… ’ quando na verdade não é isso, mas, ‘o Senhor é meu pastor e não me faltará…’. É Deus que não me falta. Então, há um erro de tradução. Quando você diz ‘nada me faltará’, você quer dizer que Deus vai nos provir de coisas materiais, o material não é importante em nossa vida e sim o espiritual”, justificou Celestino.
O evento
Com o tema ‘A vida no além começa na terra’, a Federação Espírita do Amapá quer trazer para discussão os novos caminhos que a vida tem tomado no decorrer do tempo, mais precisamente nesta época.
“O materialismo tem predominado nas instituições e nas pessoas, levando os seres humanos a vivências egoístas. O egoísmo tem pautado as ações, causado inúmeros males à sociedade. Reclamamos muito dos administradores públicos e esquecemos que os princípios espirituais e religiosos que devem pautar a todos. Somos todos filhos do mesmo Deus”, explicou o vice -presidente da Federação Espírita do Amapá, Felipe Menezes.
O evento ocorre no Teatro das Bacabeiras, no Centro de Macapá, e ele é realizado a cada dois anos.