SELES NAFES
A Polícia Civil de Oiapoque prendeu no início desta semana mais três pessoas acusadas de associação ao tráfico de drogas em escolas da cidade, entre elas a Escola Estadual Joaquim Nabuco. Uma menina de 15 anos, aluna do colégio, foi apreendida.
As prisões ocorreram depois de depoimentos de cinco estudantes usuários de drogas que informaram os nomes dos traficantes. Como o tráfico de drogas é considerado um crime permanente (mesmo sem flagrante), a Polícia Civil prendeu dois homens e apreendeu a adolescente.
“Peguei cinco depoimentos de usuários que são alunos que compraram drogas deles e de uma menina que é aluna. Eles apontam que todos eles são traficantes, associados”, explicou o delegado Charles Corrêa, que investiga o tráfico de drogas nas escolas há cerca de dois meses.
No fim do mês passado, 11 pessoas foram presas em flagrante durante o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão numa operação que visava desmantelar a quadrilha que comercializava drogas dentro das escolas. Os casos haviam sido denunciados por professores e diretores.
Desta vez, foram presos: Eliseu Viana dos Santos, de 33 anos, o “Pitbull”; e Ari Sarges Maciel, de 31 anos. Pitbull tem um salão de corte de cabelo na esquina da Escola Joaquim Nabuco. Na operação no fim de novembro, a polícia chegou a fazer buscas no local e na casa dele, mas nenhum entorpecente foi encontrado.
Contudo, esta semana, depois de depoimentos de vários alunos, a polícia entendeu que ele tinha associação ao grupo que comercializava drogas.
“O Artigo 35 da Lei de Drogas deixa claro que a associação é um crime permanente, e que não precisa haver a materialidade (droga encontrada)”, justifica o delegado.
Já a menina de 15 anos, além de citada em vários depoimentos como traficante, era sempre vista contando muito dinheiro dentro do colégio.
Ari Sarges também foi apontado nos depoimentos como outra pessoa que costumava vender drogas nas escolas.
“Ele já tinha protestado com um microfone aqui na frente da delegacia, durante uma festividade, criticando o fato de termos ido à escola investigar os alunos, como se fosse um absurdo. É brincadeira”, comentou Corrêa.
Nesta terça-feira, 13, na audiência de custódia, o Ministério Público e a Justiça entenderam que havia provas suficientes contra os acusados. Eles tiveram a prisão preventiva decretada e foram enviados para o presídio da cidade.