CÁSSIA LIMA
Em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira, 28, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e uma equipe de delegados confirmaram que uma policial civil e mais 4 pessoas foram presos por envolvimento no assalto à 10ª DP de Fazendinha. A agente negou todas as acusações.
Segundo os investigadores, a policial civil com 22 anos de carreira, Iguaciara Moraes Castro, lotada há 2 anos na delegacia da Fazendinha, foi a mandante do assalto que levou dois revólveres 357 e 9 munições da delegacia, além de um celular e porta cédula de uma agente que estava de plantão.
“Ela tramou todo o crime ao perceber uma relativa fragilidade dentro da delegacia. Ela repassou essa informação para o sobrinho dela, o Diego. E a partir disso, eles reuniram um grupo e partiram para o crime”, explicou o delegado da 10ª DP, Nixon Kennedy.
As investigações da Sejusp apontam que a policial cometeu crime motivada pelo lucro com as vendas das armas. Uma chegou a ser vendida na Zona Oeste de Macapá por R$ 3 mil e ainda não foi recuperada. Já a segunda arma, a polícia localizou no início da semana vendida por R$ 1,5 mil.
“Um ficou com R$ 500, outro com R$ 600 e a policial com R$ 200. Já sabemos que a segunda arma seria vendida pelo mesmo valor, mas conseguimos interceptar a venda por meio da investigação”, destacou o delegado.
No total, a Justiça expediu seis mandados de prisão preventiva, sendo um deles contra um menor de idade. A policial foi presa em uma residência que não pertence a ela no início da manhã. Ela já foi encaminhada para o Centro de Custodia do Bairro do Zerão, nada Zona Sul de Macapá.
A polícia já prendeu também João Picanço dos Santos Filho, o “Foguinho”, Diego Costa de Assunção, Joelmir Costa Santa Rosa, Alex Douglas Ferreira Damasceno, e um menor de idade.
Para o secretário de Justiça e Segurança Pública, Ericláudio Alencar, o crime causou grande espanto por envolver uma policial civil.
“O crime causou uma grande preocupação com o aparato de segurança de modo geral. Assim que soubemos, entramos com tudo nesse caso emblemático. Não é possível que se admita qualquer intervenção de marginais a uma delegacia. Essa equipe não parou de trabalhar até descobrir o que aconteceu”, frisou o secretário.
O delegado Nixon Kennedy disse que o nome de Iguaciara Castro foi citado em todos os depoimentos dos suspeitos, e que a coerência das histórias contadas por eles levaram a polícia a pedir a prisão preventiva da agente.
“Todos os depoimentos são harmônicos e um complementa o outro com muitos detalhes. Por isso o juiz concordou com o nosso pedido de prisão”, comentou o delegado Nixon Kennedy.