SELES NAFES
Não é todo mundo que sabe se comportar em sociedade, e muito menos em rede social. Aliás, tem muita gente de mente oca se colocando no direito de julgar e emitir opiniões sobre comportamentos, condutas e trabalho de outras pessoas, inclusive cometendo crimes de calúnia e preconceito.
E essa falta de bom senso parece não conhecer limites. Esta semana, talvez empolgado, um jovem postou os ingressos que comprou para ir a uma boate em Macapá. Até aí nada de extraordinário, se na mão dele não estivessem também, na mesma foto, vários comprimidos que se PARECEM com ecstasy (na verdade são balinhas de menta).
A festa terá a presença de um DJ renomado e está marcada para os próximos dias em Macapá. Por respeito aos organizadores (que não têm culpa pela postura de um único descabeçado), o nome da boate, do artista e da festa serão omitidos neste editorial.
Não se trata de ectasy, conforme relataram alguns leitores atentos, mas na verdade a foto é um aceno, uma propaganda.
Vender ecstasy de verdade é como vender maconha, cocaína, crack, ou qualquer outra droga ilícita. O Artigo 33, da Lei de Drogas, prevê penas de 5 anos a 15 anos de prisão para tráfico de drogas. Fazer apologia ao uso de drogas também é crime.
O ecstasy é muito difundido entre jovens de nível universitário. É usado para aumentar o interesse sexual e combater a timidez, mas causa efeitos colaterais.
Depois que o efeito de euforia passa, é muito comum o usuário sentir febre, náuseas, insônia, depressão e oscilação da pressão arterial em nível crítico. Lesões no fígado também. Até mortes súbitas já foram registradas. Tudo isso a troco de quê?
Para os muitos jovens que com certeza irão à festa, uma boa diversão! Afinal, se trata mesmo de um grande evento, com qualidade e segurança.
Aos que vão pensando em comprar drogas só para “se soltar”, esse foi o meu alerta. E para o traficante que postou a foto vai outro recado: ninguém fica anônimo por muito tempo nas redes sociais, ainda mais cometendo crimes.