Preso acusado de matar microempresário

Crime ocorreu no último dia 20 no Bairro Cidade Nova. Outros três suspeitos foram identificados
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OLHO DE BOTO

A Polícia Civil de Macapá prendeu nesta quarta-feira, 28, um dos acusados de matar o microempresário Raimundo Nonato dos Santos de Feitas, de 50 anos, crime ocorrido na madrugada do último dia 20, no Bairro Cidade Nova, Zona Leste de Macapá. A polícia identificou outras três pessoas, entre elas um menor.

Durante as investigações, a Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (DECCP) descobriu que um dos criminosos entrou na residência pelo telhado e abriu a porta para os comparsas.

Eles renderam a vítima assim que ela chegou. O microempresário, que era dono de uma oficina mecânica, foi espancado, amarrado e assassinado. O corpo foi descoberto no dia seguinte por um parente.

MIcroempresário foi morto dentro de casa. Fotos: Olho de Boto

Microempresário foi morto dentro de casa. Fotos: Olho de Boto

Raimundo Nonato chegou a ligar para funcionário na segunda-feira, 19, dizendo que estaria cedo no trabalho, mas não apareceu. Foto: arquivo familiar

Raimundo Nonato tinha 50 anos. Foto: arquivo familiar

De acordo com a polícia, o homem que abriu a residência é Oberdan Luis Vieira. Ele foi preso, no dia seguinte, por estar ao lado de um traficante e possuir um mandado de prisão por outro crime.

Os comparsas foram identificados como Alexandro Amaral Pantoja, que está foragido, e um menor de idade. Alexandro Amaral já tinha sido preso por um latrocínio no Dia dos Pais deste ano, também no Cidade Nova. Ele assaltou pai e filho, e o pai acabou sendo morto com dois tiros ao reagir ao roubo.

“Instantes antes (da morte do microempresário), esses 3 indivíduos estavam ingerindo bebida alcoólica, fumando maconha e cheirando cocaína em companhia de Claudione da Cruz Souza”, explicou o delegado Glemerson Arandes, que conduz as investigações.

Delegado Ronaldo Coelho, da Delegacia de Homicídios conversa com perito dentro da casa

Delegado Ronaldo Coelho, da Delegacia de Homicídios conversa com perito dentro da casa

Foi na casa Claudione Souza, preso nesta quarta-feira, que a polícia encontrou a TV da vítima. O acusado disse que “apenas” comprou o televisor.

“Ele nem soube explicar de onde arrumou o dinheiro para comprar, já que vive de bico e a mãe é diarista”, observou Arandes, que não acredita na história da compra da TV. Para a polícia, Claudione Costa participou diretamente do roubo e da morte da vítima.

O delegado foi até o Iapen pela manhã para comunicar que Obedan Vieira (que entrou pelo telhado e já estava preso) está sendo indiciado pelo crime. Ele tem passagens pela polícia desde os 14 anos.

Alexandro Amaral e o menor continuam sendo procurados. A mãe do menor foi intimada a apresentar o filho na DECCP.

TV sumiu da casa, mas foi encontrada com Claudione Souza, preso nesta quarta, 28

TV sumiu da casa, mas foi encontrada com Claudione Souza, preso nesta quarta, 28

Mito

O delegado Glemerson Arandes aproveitou a presença da imprensa para combater um mito e fazer um desabafo. O conceito que a sociedade tem de que a polícia prende e o judiciário solta, é, na maioria das vezes, equivocado.

Para o delegado, a negligência de vítimas e testemunhas durante o trâmite de inquéritos e processos é o fator que mais colabora para a liberdade de criminosos.

“As pessoas (vítimas e testemunhas) mudam de endereço e não informam o judiciário. As pessoas não comparecem. Eu faço um apelo: se você não quer que os bandidos continuem saindo, procure a delegacia para saber como está o processo e informe que você vai se mudar. A responsabilidade das pessoas não acaba quando o criminoso vai pro Iapen”, comentou.

Delegado Glemerson Arandes toma depoimento de Claudione, que estava com a TV da vítima

Delegado Glemerson Arandes toma depoimento de Claudione Souza, que estava com a TV da vítima: desabafo sobre negligência de vítimas e testemunhas

Segundo o delegado, a polícia tem dificuldades para conseguir imagens de câmeras de residências. O morador assina a notificação para fornecer as imagens, mas muitos depois ignoram.

“Quando o roubo é na casa delas, aí elas querem que a polícia resolva. Mas quando é na casa do vizinho, não estão nem aí. A polícia não tem bola de cristal”, concluiu.

Seles Nafes
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