CÁSSIA LIMA
Depois de muita reclamação e protesto, a Secretaria Saúde do Amapá (Sesa) anunciou na manhã desta sexta-feira, 2, que já liberou as passagens de ida para que familiares e pacientes com câncer possam fazer tratamentos e consultas fora do estado. Mas ainda falta liberar o pagamento das passagens de volta.
Segundo o secretário de Gestão à Saúde, Diego Campos, as passagens de ida foram liberadas no início desta manhã. Ele reconhece o atraso no pagamento de dois meses e já entrando para o terceiro. Porém, alega que a empresa AP Turismo não cumpriu o protocolo de licitação.
“Nós fomos pegos de surpresa porque a empresa deveria notificar a Sesa sobre paralisação, isso segue o protocolo da Lei de Licitação. As passagens estão sendo normalizadas hoje e ao longo da semana vamos resolver da volta, mas vamos também notificar a empresa ainda hoje”, frisou Campos.
O secretário informou que já foram pagos R$ 500 mil de uma dívida de R$ 2,6 milhões com a empresa de turismo. O contrato mensal da Sesa com a AP Turismo é de R$ 875 mil por mês para emitir cerca de 900 passagens de saída e retorno para pacientes e acompanhantes que realizam tratamento no Pará, Goiânia, Natal e São Paulo.
“Não estamos medindo esforços para normalizar isso, mas é certo que dia 9 de dezembro, que é quando cai na conta do governo o repasse desse dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS), nos já vamos fazer o pagamento das passagens de volta”, destacou o secretário o gestor.
Mesmo com a notícia, os pacientes e parentes voltaram a ocupar a agência nesta manhã pedindo que as passagens de retorno sejam logo pagas, já que existem muitos casos de retorno para Macapá.
“Meu filho foi para São Paulo com a minha mãe para fazer exames, agora ele recebeu alta e precisa voltar. Vim atrás da passagem e recebi essa notícia. Eles não têm condições de se manter lá, como vai ser”, indagou Marcelo Nery, pai da criança.
Já para Amanda Bastos, a situação continua causando revolta e preocupação.
“Estamos indignados e não vamos aceitar porque estamos na mesma situação. A agência, o governo ou a Sesa precisam liberar isso. Nós estamos falando de vidas e cadê a sensibilidade do governo quanto a isso”, reclamou a mãe de paciente.