De Oiapoque, HUMBERTO BAÍA
Um analista ambiental do Instituto Chico Mendes (ICMBio) foi agredido durante uma fiscalização no município de Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá, na fronteira com a Guiana Francesa.
Ricardo Mota Pires, de 61 anos, atua como analista há mais de 10 anos em Oiapoque. Na última quarta feira, 25, quando fazia uma abordagem de rotina a dois homens que estavam com gaiolas, em um ramal no Bairro do Russo, um dos suspeitos reagiu violentamente contra o analista agredindo-o com um capacete de motociclista.
Depois da agressão, os homens fugiram do local deixando a vítima desacordada. Eles também levaram as chaves do carro do analista.
Um inquérito foi aberto pela Polícia Federal de Oiapoque. Os dois homens estão sendo procurados e existe a suspeita de que sejam 2 vigilantes.
“Este tipo de crime ambiental é comum em Oiapoque. Poucas pessoas possuem a autorização para criar pássaros, e quando fazemos esse tipo de apreensão soltamos os animais imediatamente na natureza”, explica o analista.
Na semana passada, Ricardo Pires foi uns dos poucos em Macapá que tiveram a oportunidade de subir à bordo do Esperanza, embarcação do grupo ativista Greenpeace.
Em Oiapoque, para regularizar a criação de pássaros, é necessário procurar a Secretaria de Meio Ambiente do Amapá (Sema). O animal receberá um anel que identifica sua procedência.
Uma das espécies mais colecionáveis na Guiana Francesa, o curió (oryzoborus angolensis) é conhecido como piclé, e tem um alto valor de mercado, podendo atingir até 5 mil euros o equivalente a R$ 16,8 mil.