GRAZIELA MIRANDA
Uma celebração religiosa homenageou a sargento do Corpo de Bombeiros Patrícia Gonçalves Façanha, morta no dia 6 de janeiro de 2007, em um acidente de trânsito quando estava a caminho de uma ocorrência que mais tarde foi identificada como um trote.
A cerimônia foi realizada na manhã desta quinta-feira, 5, no anfiteatro do Museu Sacaca. A celebração, realizada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Amapá (CBM-AP) também encerrou o projeto de conscientização ao trote, realizado durante 2016.
Para o irmão de Patrícia, Luiz Augusto Façanha, que esteve presente no evento, o ato mostra que a vida da irmã não foi em vão.
“No dia em que minha irmã morreu, ela deveria estar de folga, mas ela trocou o dia de serviço com outra pessoa. Esse momento mostra que a vida dela não foi em vão, porque apesar da tragédia, sei que, com esse projeto, ela está salvando muitas vidas. E onde ela estiver, ela está feliz. Por isso, espero que o Corpo de Bombeiros continue o trabalho de conscientização ao trote”, afirmou.
Patrícia Façanha morreu aos 24 anos e estava há aproximadamente dois anos na corporação. Na época, ela e o irmão, Luiz Augusto, cuidavam de duas crianças adotadas por eles.
“Apesar de ter passado dez anos da morte de Patrícia, a família ainda sente muito a ausência dela, principalmente as crianças que adotamos. Elas sentiram muito a falta da minha irmã e isso foi muito difícil para nós”, lamentou.
Luiz Augusto lembra que o que a soldado mais gostava era salvar vidas.
“Ela foi uma pessoa guerreira, que lutou, estudou, fazia universidade e era concursada. Lembro que quando ainda estava fazendo o curso de formação de soldados, ela aprendeu a nadar. Para ela, salvar vidas era essencial”, recordou o irmão.
O Comandante Geral do CBM, coronel Wagner Pereira, explica que a celebração serve para mostrar aos bombeiros e à sociedade o trabalho feito pela instituição em 2016 e as consequências que um trote traz.
“O trabalho de combate ao trote no ano passado foi feito através do projeto “Alozinho”, sediado no Ciodes através de uma dinâmica apropriada às crianças e adolescentes. O projeto consiste em irmos às escolas e divulgarmos essas situações de maneira lúdica e dinâmica. Isso refletiu na diminuição no número de trotes em 5% em relação a 2015”, afirmou.
O projeto “Alozinho” visitou em 2016 trinta escolas, atingindo mais de 15 mil alunos. Para 2017, o planejamento é aumentar a mobilização através da conscientização nas escolas e da imprensa.
“Tudo isso é para alertarmos o quanto o trote é ruim, além desses riscos, uma ocorrência verdadeira pode também deixar de ser atendida”, alertou o comandante.
Para dar legitimidade ao projeto, no dia 06 de Junho de 2011, foi sancionada a lei nº 1.551, denominada “Patrícia Gonçalves Façanha”, que trabalha a sensibilização sobre o combate aos trotes endereçados às linhas de emergência.