ANDRÉ SILVA
A obra de uma creche, que está aproximadamente 70% concluída, na comunidade Cuba de Asfalto, do Bairro Novo Buritizal, zona sul de Macapá, já se arrasta por quase dois anos. A empresa responsável pelos serviços está retirando os materiais do local. A creche depois de pronta teria capacidade para atender cerca de 250 crianças.
A obra, que é do Governo Federal, é tocada por uma empresa local contratada pelo Consórcio PIB, que ganhou a licitação. Além desta unidade, existem ainda outras quatro sendo construídas em Macapá e outras duas no município de Santana, a 17 quilômetros de Macapá, e todas estariam com o mesmo problema.
A RBF Construções, contratada pela PIB para fazer o trabalho, estava retirando materiais do local na tarde desta terça-feira, 24. Um funcionário que não quis se identificar, disse que o consórcio não repassou o dinheiro e por isso tiveram que paralisar os serviços.
A placa que fica em frente à obra mostra que ela iniciou em março de 2015 e seria entregue em novembro de 2016.
O presidente da Associação de Moradores do Bairro Novo Buritizal, Hamilton Mira, disse que com essa, já é a segunda empresa que assume a obra e deixa por acabar.
Ele denunciou que além da empresa, moradores próximos da lá estariam levando fios de cobre, que serviriam para aterrar a eletricidade do prédio.
“Amanhã nós vamos encaminhar um documento ao Ministério Público para que ele nos ajude a fazer essa cobrança porque se deixar do jeito que está, é capaz disso aqui se transformar num outro prédio fantasma”, protestou Mira.
“Enquanto essa creche não fica pronta terei que matricular minha filha em outra bem mais longe daqui, isso se eu conseguir uma vaga lá. A mais próxima fica nos Congós e é muito difícil sair daqui todos os dias para levar e buscar minha filha de 4 anos. Pagar uma babá não dá, não tenho condições para isso”, reclamou a autônoma, Emanuela dos Santos Cardoso, de 33 anos. Ela tem uma filha de 4 anos.
A Secretaria Municipal de Obras (Semob), responsável pela medição e fiscalização da obra, informou da situação à Secretaria Municipal de Educação (Semed) e orientou que ela acione o consórcio responsável pelo projeto para dar esclarecimento quanto a continuidade dos serviços.