CÁSSIA LIMA
“A Amazônia é rica, mas o seu povo é pobre. Não dá pra isso continuar sendo uma regra. O consócio busca mudar essa realidade”, destacou o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), durante os debates sobre a implantação do Consócio Público da Amazônia Legal, no 13ª Fórum dos Governadores, nesta sexta-feira, 28, em Fazendinha, Macapá.
Segundo os 8 governadores que participam do evento e posaram para uma foto oficial pela manhã, o consócio terá três eixos: desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal, combate à exploração da criança e do adolescente e a unificação da segurança pública dos estados frente ao tráfico de drogas.
“A união dos vários estados deve constituir um elemento fundamental para fazer frente à pobreza e desigualdade. O consócio busca mudar essa realidade como a nossa união dos estados sendo um caminho para pautas frente à União”, frisou o governador do Pará.
O consócio entre os estados do Amapá, Pará, Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão, busca uma cooperação com foco em investimentos determinados nos três eixos.
A ideia é realizar convênios visando interesses comuns. Segundo o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), que presidiu os trabalhos, a crise prisional e investimentos na segurança pública são prioridades no Estado.
“Nossa manifestação maior é que muito em breve a Amazônia Legal terá essa infraestrutura jurídica. Nós temos várias pautas, mas em nível de estados federados, nosso objetivo é dar respostas imediatas sobre a crise prisional e o desenvolvimento para geração de renda”, explicou Waldez.
“Todos os estados têm uma matriz para um desenvolvimento sustentável, o que buscamos aqui é unir todas essas ideias e combater o tráfico juntos. Estamos defendendo a exploração racional das nossas riquezas e uma frente de segurança às rebeliões em presídios”, pontuou o governador do Amazonas José Melo (PROS), que enfrenta uma verdadeira guerra prisional na capital, Manaus.
Para a governadora de Roraima, Suely Campos (PP), além da meta de ampliar em 800 o número de vagas nos presídios e diminuir a tensão na superpopulação penitenciária, o foco também é conseguir recursos do Fundo Amazônico.
“Através do diálogo queremos viabilizar recursos para o Fundo Amazônico. Para isso já buscamos adotar alternativas mais eficientes na organização da segurança pública e do desenvolvimento econômico dos estados”.
O Fórum deve ser finalizado por volta das 15h, quando será assinada a Carta dos Governadores. O documento terá o termo de criação do Consócio Público da Amazônia Legal. Após isso, o documento será entregue pelos gestores ao presidente da República, Michel Temer.