GRAZIELA MIRANDA
Consumidores que estão comprando materiais escolares em Macapá reclamam dos preços dos produtos cobrados em papelarias e em outras lojas que comercializam os itens.
Um deles é o gerente de loja Ademilson Maciel, que está pesquisando o preço dos materiais para a filha dele.
“Estou percebendo que os preços desses materiais estão aumentando mais a cada ano. Mesmo eu tendo me antecipado, vejo que eles estão caros. Então, o jeito que eu encontrei de economizar é pesquisar, o que eu estou fazendo”, afirmou.
Para a estudante Luciane dos Santos, que está pesquisando materiais, um dos itens que ela considera mais caros é o caderno.
“Tem lugares que eu vejo que os valores dos cadernos são muito diferentes. Já vi que cadernos de dez matérias em certas marcas que custam R$ 54 e, de outras, R$ 17”, afirmou.
Para ela, a pesquisa é essencial para não comprar produtos mais caros.
“Eu pesquiso. Vou numa loja e depois vou em outra e comparo os preços para poder comprar. Com tudo muito caro, temos que fazer isso para poder economizarmos”, declarou.
O proprietário de uma papelaria localizada no centro de Macapá, Carlos Porto, explica que a diferença entre os preços dos cadernos se deve ao valor do frete e à qualidade do material.
“Tem cadernos que são classificados como classe A, que tem o papel alcalino e tem uma garantia de dez anos. Tem os da classe B, que tem uma garantia de 5 anos. E os da classe C tem uma base ferrosa, que em um ano começa a amarelar”.
Porto também esclarece sobre o aumento dos preços, que geralmente acontece após as feiras de materiais escolares, realizadas em julho e agosto pelas fábricas, onde lançam os produtos para o ano seguinte.
“Em agosto de 2016 foram lançados os produtos de 2017. Todas as linhas de 2016 entram em liquidação e os lançamentos vem com novos preços. Esses produtos chegam em dezembro, por isso o aumento”, explicou.
Procon: população deve denunciar preços abusivos
Segundo o chefe de cartório do Procon-AP, Eduardo Colares, a instituição ainda não recebeu oficialmente as reclamações dos consumidores. Mesmo assim, ele afirma que técnicos do órgão estão nas ruas fiscalizando os estabelecimentos que comercializam materiais escolares.
“Estamos direto fiscalizando e não encontramos diferenças exorbitantes de preços e nem abusos por parte das lojas. Mas se os consumidores detectarem isso, podem acionar o Procon, que tomaremos medidas quanto a isso”, assegurou.
Colares também orienta os consumidores a ficarem atentos aos itens considerados abusivos cobrados pelas escolas.
“Itens como papel higiênico, álcool em gel, resmas de papéis, que geralmente são cobrados pelas escolas, são considerados itens que as escolas devem fornecer. Quem receber um desses itens na lista de material escolar, pode também nos chamar, que iremos apurar para tomarmos uma medida administrativa”, concluiu.