Não é rompimento, diz Lucas ao deixar o DEM

Lucas diz que continua sendo aliado dos senadores Davi Alcolumbre e Randolfe Rodrigues, mas diz que não vê espaço para ele em 2018
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SELES NAFES 

Um dos nomes mais conhecidos da política no Amapá decidiu começar 2017 com novos planos, e isso inclui mudança de legenda. O ex-vereador de Macapá, Lucas Barreto, não é mais do Democratas.

Lucas entregou nesta quinta-feira, 5, sua carta de desfiliação do partido. Possível pré-candidato ao Senado nas eleições de 2018, ele diz que honrou promessas internas no grupo político em que estava, e que está na hora de retomar um projeto maior para o estado.

Nos últimos anos, Lucas caminhou lado a lado com o grupo liderado por Davi Alcolumbre (DEM), Randolfe Rodrigues (REDE) e Clécio Luis (REDE). Os três tiveram êxito nas últimas campanhas. 

No entanto, Lucas não conseguiu a reeleição nas eleições de outubro. Terminou a corrida com 3.428 votos, o que o deixou na 1ª suplência do vereador Alciney Maciel (PSDB).

Lucas na arrancada da campanha de 2014 para o governo. Foto: Seles Nafes

Lucas na arrancada da campanha de 2014 para o governo. Foto: Seles Nafes

Lucas avalia que investiu muito tempo e prestígio nas campanhas dos aliados, o que acabou deixando em segundo plano sua própria carreira política e a reeleição para a Câmara de Macapá.

Nas eleições de 2018, Lucas acredita que o cenário tende a se repetir, com cada um de seus aliados priorizando suas próprias candidaturas. O senador Davi Alcolumbre deve tentar o governo do Estado, e Randolfe Rodrigues a reeleição ao Senado. Ambos terão apoio de Clécio Luis, prefeito reeleito em Macapá.

“Eu não estou no projeto deles. Eles têm luz própria, e eu também. Eu me dediquei ao Clécio, e não tive a mesma reciprocidade. Eu já ajudei todo mundo, andei por todos os municípios em 2016 e ajudei a eleger prefeitos e vereadores. Então agora preciso retomar as minhas bases, especialmente no interior do estado onde sempre tive reconhecimento”, justificou.

Lucas diz que não sai brigando com ninguém. Ele, Davi, Randolfe e Clécio, aliás, são amigos pessoais, e continuam convivendo.

Polêmica

Na eleição para a presidência da Câmara de Macapá, o vereador reeleito, Alciney Maciel, chegou a ser ameaçado de expulsão do PSDB caso votasse em Acácio Favacho (PROS). Maciel ouviu comentários de que a expulsão dele resultaria na convocação de Lucas para assumir o mandato, o que foi logo desmentido pelo suplente.

“Nunca planejei isso, inclusive quem assumiria o lugar do Alciney seria algum nome do PSDB, e falei isso pra ele (Alciney). Não tenho mais qualquer interesse na Câmara de Vereadores. Saio do DEM também para provar isso. Meu projeto é para o estado, porque alguém tem que fazer alguma coisa nesse caos. Tem muita gente passando fome”, avalia.

Lucas em 2010: ultrapassado por Camilo no segundo turno. Foto: Alcinea Cavalcante

Lucas em 2010: ultrapassado por Camilo no segundo turno. Foto: Alcinea Cavalcante

Lucas Barreto foi deputado estadual por três mandatos. No último deles comandou a Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), e se orgulha de dizer que saiu sem nenhuma acusação de corrupção. 

Apesar da ficha limpa, Lucas bateu na trave nas eleições que se seguiram, todas para cargos majoritários. Em 2010, terminou o primeiro turno na frente, mas foi ultrapassado no segundo turno por Camilo Capiberibe (PSB).

Em 2014, de novo para o governo, começou bem, mas perdeu fôlego e terminou em terceiro lugar.

Seles Nafes
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