SELES NAFES
O Sindicato dos Servidores Públicos em Educação do Amapá (Sinseap) prometeu ingressar nos próximos dias com uma representação no Ministério Público do Estado contra o processo de implantação do ensino integral em escolas estaduais. A entidade diz que parte das escolas não tem condições de atender as mudanças, e que os professores foram ignorados na implementação do novo modelo de ensino.
“Tá tudo errado. Tinha que preparar a escola e debater com a sociedade para depois implementar. Por que tem que ser nessa pressa toda? Não se sabe se o professor terá remuneração a mais, se será capacitado e o que o professor e o aluno irão fazer no outro turno”, destacou o presidente do Sinsepeap, Aroldo Rabelo.
Ele ainda citou outros pontos importantes, como a estrutura de algumas escolas e o processo seletivo de professores e diretores das escolas de ensino integral.
“Temos uma lei de gestão democrática, como então fazer processo seletivo para diretor?”, questiona.
“Não tem cozinha para fazer as refeições e nem banheiro em condições para a higiene pessoal. Queremos que estruture primeiro e implemente. A Seed tem que fazer para a sociedade, e não pro governo. Vamos reagir por meio de todas as entidades da sociedade civil organizada”, adiantou.
A secretária de Educação do Amapá, Goreth Souza, se adiantou ao sindicato e nesta sexta-feira, 13, foi ao Ministério Público explicar o processo de implantação do ensino médio. Ela informou que o ensino integral vem sendo discutido há alguns anos em todo o Brasil, e que o corpo técnico da secretaria foi capacitado pelo MEC para trazer o modelo para o Amapá. Segundo ela, o mesmo vai acontecer com os professores.
Goreth Souza disse que o MEC selecionou as 8 escolas do Amapá que poderiam receber o ensino integral, e a direção desses colégios foi informada sobre o processo. No entanto, ela reconhece que das cinco escolas de Macapá, três têm problemas com a estrutura física, entre elas o Colégio Amapaense e o Tiradentes, as duas que mais têm protestado contra o ensino integral em 2017.
“Eu garanto aos pais e alunos das 8 escolas (Macapá e Santana) que terão não 100% da estrutura física resolvida, mas estarão em condições de receber o ensino integral. Eu tenho um cronograma de obras aprovado pelo MEC e serei responsabilizada se eu não cumprir. Uma força tarefa da Seinf (Secretaria de Infraestrutura) está tocando as obras, com um coordenador que foi capacidade pelo MEC”, disse a secretária.
A Seed admite que nem todas as cozinhas têm condições de fornecer o almoço, por isso, inicialmente, empresas estão sendo licitadas para fornecer o alimento.
Goreth Souza alega que o MEC aprovou o cronograma em dezembro passado, por isso não houve tempo de fazer um grande chamamento da comunidade escolar envolvida para entender o processo.
“O professor e o aluno que não quiserem estar na escola integral, na pré-matrícula poderá optar. Por isso nós resolvemos fazer o processo seletivo de professores. Como é que eu posso implantar uma nova dinâmica com professores que não querem que isso aconteça?”, concluiu.
As aulas estão marcadas para começar na primeira semana de março.