ANDRÉ SILVA
A nova administração do Centro de Internação Masculina (Cesein) está investindo em atividades lúdicas para auxiliar na reabilitação dos internos. Aulas de violão, informática, pintura, jogos e até um espaço para musculação são as principais armas usadas como parte do processo de recuperação.
A nova administradora, Marlene Azevedo, empossada há 2 meses, disse que encontrou o centro muito deteriorado. Entre as principais melhorias, a gerente destacou a recuperação do telhado, bastante danificado por conta das rebeliões que já ocorreram no local.
Além disso, houve a aquisição de equipamentos que servem tanto para o interno quanto para o servidor, como freezer e bebedouros.
“Os meninos dormiam na chuva por conta do telhado quebrado. Nós fizemos registros fotográficos de tudo como estava. Colocamos freezer em todos os blocos e máquinas de lavar, porque eles lavavam roupas no local onde faziam suas necessidades fisiológicas”, destacou.
Ela conta que pretende executar de forma contínua os cursos técnicos de informática e panificação que antes eram realizados esporadicamente.
“Destinamos um educador que vai dar aula o tempo todo para todos os nossos sócio-educandos e estamos recuperando as máquinas para oficina de panificação que estavam sendo usadas para outros fins”, completou.
No ultimo dia 31, o Batalhão de Operações Especiais da policia Militar (BOPE) foi chamado pela direção do centro para auxiliar em um processo de dedetização nas celas dos internos maiores de idade.
Enquanto eles levavam os educandos para fora, a direção aproveitou o momento para fazer uma revista e acabou encontrando droga, carcaça de ventilador, um telefone, estilingues e uma garrafa com urina, usada em atos de vandalismo, entre outros objetos.
Superlotação
Hoje são cerca de 90 internos em um espaço que suporta pouco mais de 40. Há celas ocupadas por 3 ou 4 menores onde deveriam estar apenas 2. Os internos disseram à equipe de reportagem do portal SELESNAFES.COM que estavam sendo bem tratados e não fizeram queixas.
Para solucionar o problema, a gerente pretende dar continuidade a uma obra que foi iniciada, mas não foi concluída de um bloco com quatro alojamentos localizados atrás da quadra poliesportiva. O novo bloco abrigaria os detentos maiores de idade.
“Lá existem quatro alojamentos e que estão sendo destruídos com a ação do tempo. Queremos recuperar para que esses meninos tenham um espaço maior para ficar”, acrescentou.
Mutirão
Hoje, o Centro tem 38 internos maiores de idade que já poderiam estar em liberdade, mas o processo de revisão de pena deles estava caminhando lentamente.
Entre esses, existe também o caso de dois educandos, que já haviam passado pelo centro mas que tiveram seus processos negligenciados pela família e acabaram tendo que voltar.
“A família abandonou o processo achando que ele não iria para frente, mas seguiu. Pegaram ele trabalhando e o trouxeram para cá. Ele já tem família e emprego e mesmo assim está aqui”, destacou, Marlene Azevedo.
Para solucionar esse e o caso de outros detentos, o Cesein vai promover junto a Vara da Infância do Tribunal de Justiça do Amapá, um mutirão onde todos os casos serão revistos.