SELES NAFES
A promotora Andréa Guedes, do Núcleo de Inteligência do Ministério Público do Amapá, negou nesta segunda-feira, 13, que um ex-interno, que seria um suposto concorrente, tenha provocado a investigação na clínica de reabilitação suspeita de torturar pacientes.
Segundo a promotora, todas as denúncias foram feitas por ex-internos e confirmada em depoimento por 42 pacientes que estavam no local na última sexta-feira, 10, dia da operação do MP e da Polícia Civil. A clínica funciona no Brasil Novo, zona norte de Macapá, e no local foram encontrados medicamentos controlados, algemas, sprays de pimenta e uma suposta palmatória.
No último sábado, 11, a Justiça decretou a prisão preventiva dos irmãos Iran e Charles Brito, donos da clínica. Amigos acusara um ex interno que teria voltado para o centro com a suposta intenção de fomentar depoimentos contra os acusados.
“Foram vários ex-internosnque fizeram as primeiras denúncias 8 meses atrás.Além da confirmação dos pacientes no dia da operação, o exame de corpo de delito deu positivo para vários que estavam com marcas de algemas e outras lesões físicas. Um até quebrou a perna, e outro que teve o braço quebrado. Não há o que alegar contra essas provas”, diz a promotora de Justiça.
Andréa Guedes revelou que vários pacientes estariam sendo ameaçados por meio de um celular desconhecido. Um irmão dos proprietários da clínica, Iran e Charles Brito, é suspeito de estar por trás das ameaças.
Ele é policial militar e está sendo procurado pelo Comando da PM.
“Nós pedimos ao comando para que apresente este policial, mas o comando nos informou que ele não está sendo encontrado. Nós iremos oficiar pela apresentação dele ainda hoje”, relatou a promotora.
Esse mesmo policial teria ameaçado outros pacientes dentro do prédio da Promotoria de Justiça, onde os internos estavam prestando depoimento.
“Ele não se intimidou com os vários policiais que estavam no local. Se ele foi capaz de fazer isso na frente da Promotoria, imagina o que pode fazer com essa pessoa que está sendo acusada de ter provocado tudo”, assegurou a promotora.
Depois da operação, a Promotoria recebeu mais cinco denúncias de ex-internos, incluindo uma mulher de 30 anos, que estava internada na clínica. Ela relatou ter sido estuprada no local.