Polícia fecha bordel onde garotas eram humilhadas

Donos foram presos. Garotas de programa narraram agressões físicas e cárcere. Elas também eram impedidas de jantar
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De Oiapoque, HUMBERTO BAÍA

Polícia Civil de Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa, fechou nesta sexta-feira, 25, uma casa de prostituição onde as garotas de programa estariam sendo submetidas a condições deploráveis. Segundo a polícia, a casa ficava com a maior parte dos ganhos, as garotas eram obrigadas a fazer a faxina no lugar, eram impedidas de jantar e ainda sofriam agressões físicas.

A operação começou depois que três garotas de programas apareceram no Ciosp de Oiapoque narrando agressões físicas sofridas na casa. Os agressores seriam os filhos do casal proprietário do lugar.

“A partir daí passaram a narrar as ilicitudes que ocorriam na casa. Elas eram submetidas a períodos cansativos de trabalho, eram impedidas de sair da casa se tivessem dívida, o que configura cárcere privado”, explica o delegado Charles Corrêa, que investiga o caso.

As mulheres teriam sido recrutadas em vários estados, como o Maranhão, para trabalhar como garçonetes e na cozinha do estabelecimento.

“Mas quando chegavam aqui descobriam que ia se prostituir”, conta o delegado.

Delegado Charles Corrêa no Ciosp de Oiapoque: condições deploráveis. Fotos: Humberto Baía

Delegado Charles Corrêa no Ciosp de Oiapoque: condições deploráveis. Fotos: Humberto Baía

Outro detalhe que chamou a atenção foi o fato de as garotas serem proibidas de jantar.

“Não podiam engordar, tinham que manter a silhueta”, acrescenta Charles Corrêa.

Cada programa custava R$ 150. Desse total, R$ 100 ficaram com a proprietária do lugar, Telma Mendonça, de 40 anos. O programa externo custaria R$ 300, e R$ 100 também ficavam com a proprietária.

As prostitutas foram submetidas a exame de corpo de delito que deu positivo para as agressões. Diante disso, a Polícia Civil foi até o local e deu voz de prisão para os proprietários e filhos por associação criminosa.

Durante a operação, outras garotas de programa e funcionários do estabelecimento denunciaram que os filhos também venderiam drogas no local.

A família presa será encaminhada para audiência de custódia neste sábado, 25, em Oiapoque.

Seles Nafes
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