SELES NAFES
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o ex-senador José Sarney (PMDB-AP) não poderá ser investigado pelo juiz Sérgio Moro, que comanda a Lava Jato em Curitiba.
Os ministros da Segunda Turma decidiram que ele precisará ser investigado junto com outros senadores que estão no exercício do cargo. Na prática, é como se Sarney recebesse uma espécie de foro privilegiado, mesmo não tendo mais mandato.
A decisão, por 4 votos a 1, contraria o que queria o então ministro Teori Zavascki, que havia compartilhado com Curitiba o depoimento do empresário Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro.
Segundo o empresário, empresas ligadas à Transpetro teriam repassado R$ 100 milhões em propinas para altos coturnos do PMDB, entre eles Renan Calheiros, Romero Jucá e José Sarney, que passará a ser investigado por Edson Fachin, que substituiu Zavascki após sua morte no início do ano.
Dos R$ 100 milhões, segundo Sérgio Machado, R$ 18 milhões teriam sido entregues a José Sarney, que nega todas as acusações. Desse total, R$ 16 milhões teriam sido entregues em dinheiro vivo.
Em janeiro, Fachin aceitou denúncia da Procuradoria Geral da República, o que tornou o ex-senador réu pela primeira vez.
A defesa de Sarney comemorou a decisão do STF de tirar o poder de investigação de Sérgio Moro sobre o ex-senador. A bola está com Fachin, o novo relator da Lava Jato.