Ariel Moura: “Norteia” é encontro de gerações musicais do AP

Representante amapaense na última edição do The Voice Brasil se junta a Zé Miguel e Osmar Junior em shows pelo estado
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JÚLIO MIRAGAIA

Promover o encontro entre duas gerações da música popular brasileira feita no Amapá. Esse é objetivo do projeto “Norteia”, que irá incorporar a jovem cantora Ariel Moura na caminhada dos consagrados cancioneiros amazônicos Zé Miguel e Osmar Junior pelos municípios do estado.

O ponte pé inicial para a jornada musical do trio ocorrerá no dia 31 (sexta-feira), em apresentação no bar “O Barril”, localizado no Centro de Macapá.

Zé Miguel, Ariel Moura e Osmar Junior. Cantores iniciam série de apresentações juntos. Foto: divulgação

Zé Miguel, Ariel Moura e Osmar Junior. Cantores iniciam série de apresentações juntos. Foto: divulgação

O portal SELESNAFES.COM conversou com Ariel Moura sobre o Norteia, a experiência de se apresentar ao lado de duas de suas referências, e também sobre como anda a carreira da artista amapaense que encantou o país no programa The Voice, da rede Globo, em outubro do ano passado.

Apresentações na região do Caribe, o primeiro CD e um vídeo clipe estão nos planos em execução da cantora santanense no ano de 2017. Confira.

Como iniciou sua carreira?

Muitas pessoas depois do The Voice pensaram que por conta do meu nome, Ariel, que eu era filha do Zé Miguel (risos). Mas não tem nada a ver. Minha carreira começou em Santana. Eu moro em Santana. Eu sou macapaense, nasci em Macapá, mas tenho alma de santanense porque eu cresci em Santana. Eu estudei em Santana a minha vida inteira. Comecei estudando no Jardim de Deus. Fiz o ensino fundamental e médio no Barroso Tostes. Terminei o ensino médio em 2013. Com 17 anos eu experimentei cantar pela primeira vez com o Tom Campos, guitarrista, foi meu primeiro professor. E experimentei pela primeira vez cantar na noite com 16 anos. Sem cachê nem nada, eu gostei. E pensei, quer saber, dá pra eu ganhar um dinheirinho com isso aqui. E comecei a trabalhar na noite. Comecei a tocar nos bares de Macapá. Minha vida esquentou mesmo aqui em Macapá , então eu fui correndo atrás, participei de um show, “A Liga”, com artistas novos que colocaram pra interpretar músicas autorais. Esse projeto, A Liga, foi um dos que me deixou um pouco mais conhecida antes do The Voice. Hoje eu sobrevivo disso, a minha renda toda é da música e eu não me vejo fazendo outra coisa. A música é a minha profissão.

Dupla de compositores são referências musicais da jovem cantora

Dupla de compositores são referências musicais da jovem cantora

Como chegou no The Voice?

Mandei meu vídeo, como todas as pessoas fazem. Eu mandei meu material e aí eles receberam, gostaram, eu gravei um vídeo cantando “Encontros e Despedidas”, que foi a primeira música que eu defendi no programa, do Milton Nascimento. Então eles entraram em contato comigo, me ligaram e disseram que a primeira audição seria em Brasília. Tive que tirar tudo do meu bolso, então fui pra Brasília, gravei e passei na primeira audição. Eles nunca dão o resultado na hora, sempre mandam por email e ligam. Então eles mandaram as passagens para a primeira reunião no Rio de Janeiro, pros ensaios e reunião com a equipe deles da Globo. Fui lá e conheci o Projac, comecei a ir e voltar para o Rio para a primeira gravação do programa. Até chegar no palco e ensaiar, é muita gente que vai sendo eliminada, é uma peneira. E eu consegui chegar lá, o que já foi uma vitória.

A família apoia sua carreira?

A Família apoia. O nome da minha mãe é Jacilene Moura, tem 44 anos, ela é professora do Estado e o meu pai é militar, sargento Adilson Azevedo, tem 46 anos. Meus pais são artistas. O meu pai hoje não é tão forte em música, mas ele trabalhou com música muitos anos. Ele é percussionista. Eu não sou filha do Zé Miguel, mas sou filha de artistas (risos). Ele é bombeiro, tocava na banda de bombeiros. Tive uma infância muito feliz, muito rica em música, música brasileira, música de qualidade.

Como surgiu a ideia do projeto?

Esse projeto começou comigo, no meu coração mesmo. Logo depois do The Voice, a ideia minha era fazer um show com um ícone, com um artista conhecido da música amapaense pra eu lançar o meu trabalho com esse artista. Então eu entrei em contato com o Zé Miguel e ele super adorou a historia. Não tinha nome nem nada, foi só uma conversa rápida e ele falou assim: “Ariel, eu tenho um projeto nas estradas com o Osmar Junior. Toda semana a gente vai pra Laranjal do Jari, já fomos em Porto Grande, já fomos em Tartarugalzinho, Amapá, e aí você poderia se juntar a nós para fazermos o projeto, os três”, e eu adorei.

Como é trabalhar com Zé Miguel e Osmar Junior?

É um presente da vida estar dividindo o palco e aprender com eles. São duas gerações, são duas referências para mim. Jamais me imaginei no mesmo palco que os dois. Hoje eu tenho essa oportunidade de aprender com eles. Nós estamos numa sintonia muito boa. Estamos alinhadíssimos, são duas gerações, mas nós estamos nos entendendo muito bem. Fiquei super feliz com a proposta de trabalhar com os dois que são dois grandes nomes. Então nós juntamos as panelas. O Osmar adorou a ideia. Nós tivemos as primeiras reuniões e demos um nome para o nosso projeto que ser chama “Norteia”. Nós vamos lançar em Macapá no dia 31 de março, no bar O Barril, na Hamilton Silva.

Por que o nome do projeto é “Norteia”? Tem relação com a identidade regional?

Tem relação com a identidade regional e também a questão da teia, é uma junção de “Norte” com a palavra “Teia”, nós fizemos essa junção e foi superbacana, inclusive quem deu essa sugestão desse nome fui eu e os meninos adoraram.

Como está a sua carreira depois do The Voice? O que mudou?

O meu trabalho antes do The Voice não era conhecido. A Ariel não era. Eu trabalho com música há quatro anos. Eu tenho 20 anos. Comecei a trabalhar na noite com violão e voz e o The Voice me colocou na vitrine. E daí comecei a ser vista de outra forma e a ser respeitada na música não só aqui no Amapá, mas em outros estados da Região Norte e no Brasil inteiro. O programa me colocou na vitrine e muita coisa então daí mudou. E agora estou querendo investir no meu trabalho autoral. Em abril eu estarei viajando, atravessando fronteira para Guiana, Martinica, fazendo turnê por lá. No Norteia estamos com alguns contatos em Manaus e provavelmente também vamos estar lançando esse trabalho lá. Além de Macapá e interiores do estado.

Repertório do show terá clássicos e composições novas

Repertório do show terá clássicos e composições novas

O que iremos ouvir no Norteia?

O repertório é 75% regional. Músicas do Zé Miguel, do Osmar Junior, mas nós vamos cantar também outros cantores. Vamos cantar coisas populares deles, mas também algumas músicas novas que foram gravadas recentemente por eles. Cantaremos músicas inéditas de outros autores também, como uma do Enrico Di Miceli, chamada “Tenho Você Que Me Tem”, que é uma música do Jorge Andrade com o Enrico e vou estar gravando ela. Essa canção vai estar no meu CD e, em breve, estarei lançando o clipe dessa música que foi produzido aqui. No fim de abril, início de maio.

Fale sobre o seu CD, como anda o projeto?

Será um CD e também estará na internet, até porque a melhor ferramenta que nós temos hoje é a internet. Mas lançarei o álbum pra que ele vá além das nossas fronteiras. O álbum terá dez faixas de músicas daqui e parcerias com outros compositores de São Paulo, que são amigos meus, como o André Fernandes, que é um grande parceiro meu, compositor, arranjador, produtor e que também vai estar se juntando a nós para gravar.

Seles Nafes
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