Por WASHINGTON PICANÇO
Segundo indicadores oficiais, Macapá perde anualmente 67,32% da água tratada em função de ligações irregulares. Ligações clandestinas e clientes sem cadastro impedem a Caesa de receber pelo produto. Estudo analisou o saneamento nas 100 maiores cidades do Brasil.
As ligações clandestinas e a quantidade de consumidores não cadastrados como clientes, segundo a Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa), são os principais fatores que colocam Macapá na quarta posição entre as 100 cidades mais populosas com mais perda de água tratada.
O índice da capital amapaense, conforme estudo anual do instituto Terra Brasil, é de 67,32% de perda sobre o volume de água tratada distribuída em Macapá. O percentual é quase cinco vezes maior que o ideal, aponta a pesquisa.
De acordo com a Caesa, a água é tratada e tornada potável pela companhia, mas uma parte dela não é faturada por causa dos vazamentos e ligações irregulares. A cidade com o maior índice de perdas de faturamento é Manaus, com 75%. Os dados divulgados anualmente pelo Ministério das Cidades.
A Caesa confirma o indicador, e reforça que, em parte, a água não é desperdiçada, pois ela chega às torneiras, mas não é cobrada. A taxa de perda em Macapá reduziu em relação a anos anteriores, quando chegou a 73,91%, colocando a capital, à época, na pior colocação.
Segundo a Caesa, há projetos para evitar o desperdício e aumentar a abrangência da área de cobertura da empresa na capital, que atualmente cobra tarifa de água a 38,5 mil dos 49 mil consumidores.
Acredito que é preciso universalizar a distribuição de água tratada, mas é preciso investimentos por parte do poder público para ampliar investimentos na recuperação e manutenção da rede.
Os índices de perdas de faturamento colaboram para formar um ciclo vicioso nas cidades com os maiores indicadores. Isso porque, quanto maior o índice, menor o retorno financeiro, o que diminui os investimentos na própria rede de saneamento.
São esses investimentos, como trocas de redes antigas e instalação de tecnologias de rastreamento, que fazem com que o desperdício e o roubo de água diminuam. Com menos desperdício, entra mais dinheiro no caixa, e, assim, a cidade pode investir mais em água e esgoto.
O que sempre acreditamos ser inesgotável pode um dia acabar.