OLHO DE BOTO
Populares encontraram na manhã desta quinta-feira, 2, boiando no Igarapé da Fortaleza, próximo do município de Santana, o corpo de João Paulo dos Santos Pinto, de 21 anos. Ele estava desaparecido havia quase 2 dias. Segundo a família, ele foi espancado a pauladas antes de se atirar no rio para fugir dos agressores.
O jovem foi localizado por volta das 10h. O Corpo de Bombeiros foi chamado para fazer a remoção da água, depois de dois dias de buscas.
“Na quarta-feira (1º) as equipes de mergulho fizeram uma varredura em quase todo o Igarapé da Fortaleza e não obteve êxito. Como nossa água tem pouca visibilidade, não foi possível achar. Mas hoje o corpo emergiu”, relatou o tenente Santos, do Corpo de Bombeiros.
A Polícia Militar confirma que o jovem começou a ser agredido dentro de um ônibus da linha Macapá/Santana no dia da Banda.
“Ele estava com a esposa no ônibus. Eles discutiram e alguns passageiros começaram a agredi-lo dentro do ônibus”, comentou o aspirante Alex.
PM não soube informar se ele estava ferido quando mergulhou no rio. Mas, segundo a família, depois da confusão no ônibus ele foi perseguido por um grupo de rapazes.
As informações mais detalhadas sobre o que teria ocorrido dentro e fora do ônibus são dadas pela própria família do rapaz. Segundo uma tia, ele e a esposa estavam voltando da Banda, na Terça-Feira Gorda, junto com outros parentes, quando o casal começou a se agredir dentro do coletivo.
Outros passageiros e parentes se envolveram na confusão que virou um tumulto generalizado. A mãe de João Paulo também estava no ônibus.
Próximo ao Igarapé da Fortaleza, o motorista, com medo da confusão fora de controle, decidiu parar o veículo próximo de uma equipe da Polícia Militar. O rapaz desceu do ônibus, mas ao ser abordado pelos policiais conseguiu escapar e correu na direção de um beco.
“As pessoas que estavam dentro do ônibus queriam agredi-lo sem saber o que estava acontecendo. O padrasto dele o retirou do veículo”, conta Edinéia Pinto, tia da vítima.
“Ele entrou num beco onde tinham uns rapazes bebendo e eles que foram atrás dele. A PM viu e não fez nada”, acusa ela.
A família diz ter um vídeo de segurança de um estabelecimento comercial que mostra a vítima passando por um grupo de rapazes que decide ir atrás do jovem. O relógio do vídeo marca 21h33min.
“Dá pra ver eles pegando facas, terçados, madeira, e saindo enfileirados atrás do meu sobrinho. Um casal tentou ajudar ele, pedindo que os catraieiros atirassem, mas ninguém quis se meter. Bateram muito nele, principalmente na cabeça”, comenta a tia.
Bombeiros que fizeram a retirada do corpo da água disseram que não foi possível observar se a vítima tinha marcas de agressões. Uma equipe da Delegacia de Crimes Contra a Pessoa (Decipe) esteve no local para iniciar as investigações.