De Santana, FERNANDO SANTOS
A Feira do “Mete a Mão”, como é conhecida popularmente em Santana pela variação de vendas de roupas, sapatos, bolsas, utensílios domésticos, entre outros produtos, está abandonada pelo poder público. O local que contava com 26 lojistas agora se mantém com apenas 5.
Aos poucos os comerciantes que ali atuam estão desistindo de empreender, pela falta de clientes. A maioria dos empreendedores fecharam as portas de seus boxes por não ter estrutura adequada e segurança, principalmente durante a noite.
Infraestrutura
De acordo com o presidente da associação que representa os empreendedores da feira, desde 2004, quando foi construído pelo governo do Estado, o prédio nunca recebeu reforma. O local está infestado por cupins, baratas e ratos. Alguns boxes servem de refúgio para usuários de drogas, além de prostituição.
“Estamos aqui há muito tempo, e vemos os comerciantes fechando seus pontos pela falta de estrutura, pelo sistema elétrico que é precário, pois pessoas correm o risco de se eletrocutar. Alguns já abandonaram os boxes e com isso moradores de rua e consumidores de entorpecentes se alojam neles e acabam afastando a freguesia”, diz Benedito de Melo, presidente da Associação dos Empreendedores de Santana (Avas).
Segurança
Os comerciantes que ainda se mantém em seus estabelecimentos reclamam da falta de segurança. Eles falam dos assaltos e da exposição à marginalidade que tem crescido.
Comerciante há mais de 5 anos, Benedito Teixeira já foi assaltado 4 vezes. O último assalto ocorreu nesta segunda-feira, 13. Criminosos levaram dinheiro e objetos.
“A segurança aqui já não existe, tem alguns vigilantes que vem às vezes, outros nem aparecem pra trabalhar. Aqui no meu ponto já fomos assaltados 4 vezes desde o ano passado, inclusive ontem (segunda-feira, 13) e já tivemos vários arrombamentos. O que a gente pede é que o governo tome as providências e melhore a situação da segurança principalmente”, diz Benedito Teixeira.
Vulnerabilidade Social
O comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Aldinei Almeida, explica que a problemática na feira do “Mete a Mão”, ultrapassa a individual atuação da PM. É um problema bem mais amplo, abrange vários contextos sociais, segundo o oficial.
“É uma área de vulnerabilidade social, fica próxima da comunidade do Ambrósio, região complicada. Por isso, além da atividade policial se faz necessário do maior envolvimento de outras instituições, como Conselho Tutelar, escola, família, ações de saneamento básico, política de distribuição de renda mínima, entre outros fatores”, argumentou o policial.
Para garantir interação com a comunidade, o 4º BPM, está realizando o projeto “Comando Interativo”, na Escola Estadual Afonso Arinos, que fica na Área Portuária.
“Estamos com o Comando Itinerante nas escolas que prevê trabalhar os valores militares, hasteamento da bandeira nacional, o civismo de forma em geral. Além disso, policiais vão pra dentro de sala de aula palestrar sobre as drogas, sobre procedimentos de segurança etc”, concluiu o comandante.