SELES NAFES
O empresário José Luiz Schuchovski decidiu contrapor a Comissão Pastoral da Terra que o acusa de invadir terras que pertencem à Família Magave, no município de Amapá, a mais de 200 quilômetros da capital. Em documentos enviados ao Portal SELESNAFES.COM, o empresário cita várias decisões judiciais em seu favor, reconhecendo que sua fazenda não possui registro irregular.
Apesar de não ter o nome citado em reportagem sobre a coletiva da Pastoral da Terra, publicada em 4 de novembro de 2016 em vários meios de comunicação, o empresário acionou advogados para se posicionar publicamente por meio de um comunicado.
No dia em que concedeu coletiva de imprensa, o coordenador da Comissão Pastoral da Terra, padre Antônio Sisto Magro, estava acompanhado de representantes da família Magave, agricultores sobreviventes da chacina de 1994 que vitimou 5 membros da família também por causa de terras, em disputa com outros vizinhos.
De acordo com breve dossiê enviado ao portal SELESNAFES.COM, o empresário José Luiz Schuchovski informa que é arquiteto formado em 1972, diretor de uma empresa de projetos e consultorias, construções e atividades mobiliárias e agropecuárias que opera há 43 anos, “e é exemplo de boa gestão, correção e honestidade”.
Também cita que o empresário teve passagens por entidades como a Câmara de Indústria e Construção do Paraná e como vice-presidente da Associação dos Amigos da Pastoral da Criança, além de conselheiro da Pastoral da Criança sob a liderança de Zilda Arns, entre outras atribuições em diferentes entidades.
O empresário diz ser proprietário da Fazenda Espírito Santo do Amapá desde 1988, “adquirida de forma absolutamente regular e jamais intentou apropriar-se de um milímetro quadrado sequer de terra alheia. O que fez, e sempre recorrente à justiça, foi evitar que invasores invadissem parte das terras a ele pertencentes”.
Depois de vender parte da fazenda, em 1995, a propriedade ainda permaneceu com mais de 3,5 mil hectares, onde trabalham dezenas de funcionários registrados na atividade agropecuária. Ele garante ainda que em 28 anos, nunca teve uma reclamação trabalhista.
O empresário afirma que a família Magave diz ser proprietária de 400 hectares da Fazenda Campo Alegre, quando, na verdade, um documento do Incra delimita apenas metade dessa área. Os Magave e a Pastoral da Terra afirmam que o empresário invadiu 500 metros.
A questão foi parar na justiça, que deu ganho de causa ao empresário.
“…o que atraiu a ira, sem freios, do padre Sisto Magro”, diz Schuchovski.
Em decisão, o juiz José Castellões Menezes Neto reconhece que “a alegada cerca encontrasse no local há mais de 20 anos, existindo notícias de que a mesma encontra-se construída no local antes mesmo do exercício da posse por parte dos requerentes (família Magave), sendo a construção da mesma autorizada pelo antecessor na posse, Sr. Iraci Magave. Assim, ausente a demonstração de esbulho ou turbação, vez que a cerca é preexistente ao exercício da posse pelos autores”.
Em outra sentença numa ação de reintegração de posse, o juiz Carlos Ramos deixa claro que a família Magave reconhece “que a área que atualmente ocupam pertencem ao requerente (José Luiz Schuchovski) comprometendo-se a desocupá-la voluntariamente”.
Para o empresário, apesar da normalidade da sentença, a questão foi tratada com passionalidade e de forma indevida e dolosa pelo coordenador da pastoral.
Além disso, continua, Sisto Magro tentou fazer uma relação com a chacina da família ocorrida em 1994, com a intenção de desviar o foco sobre a verdadeira questão.
“…buscou atingir, sobremaneira, a honra e a reputação do notificante”.
Em todas as decisões em favor do empresário, a Justiça também reconheceu não haver irregularidades no registro imobiliário da Fazenda Espírito Santo.