Luthier, de pai para filho

Calver transmitiu ao herdeiro todo o conhecimento sobre fabricação de instrumentos musicais. Outros profissionais também atendem o mercado
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ANDRÉ SILVA

Os músicos do Amapá não precisam mais sair do Estado para encontrar manutenção e instrumentos artesanais de qualidade. Uma safra de profissionais que desenvolvem o ofício da luthieria, não deixa a desejar em relação a profissionais de outros lugares do Brasil e do mundo.

Não se sabe ao certo quando surgiu essa profissão. O que se sabe é que antes o luthier era o profissional responsável  por produzir e afinar instrumentos de cordas como violino, violão e outros. Ficavam de fora de sua área de atuação os instrumentos de tecla e sopro.

Processo de fabricação de instrumento. Fotos: André Silva

Processo de fabricação de instrumento. Fotos: André Silva

Só que agora o termo foi generalizado para qualquer tipo de instrumento musical. O luthier domina a construção e a manutenção de qualquer um deles.

Em Macapá, na década de 1980, essa profissão ainda era muito pouco desenvolvida. Via-se apenas curiosos que faziam manutenção nos instrumentos de músicos locais, mas a coisa mudou no meio dessa década. Chegava em Macapá um dos luthiers mais conhecidos no mercado: Celso Araújo Lima Verde, o “Calver”.

Oficina em que Calver trabalha foi repassada de pai para filho

Oficina em que Calver trabalha foi repassada de pai para filho

Calver iniciou o trabalho naquela época e ficou muito conhecido nesse meio, pois, a partir de então, além de ter um profissional que fazia manutenção, havia um que fabricava também. Ele morreu há alguns anos, mas passou o ofício ao filho, Delson Viana Lima Verde, conhecido também pelo mesmo nome do pai: Calver.

“Eu aprendi tudo com meu pai e já atuo há quinze anos ramo. Meu pai o foi primeiro Calver. Ele veio de Belém do Pará, e trouxe o ofício pra cá”, lembra.

Luthier recorda que aprendeu o ofício com o pai

Luthier recorda que aprendeu o ofício com o pai

Cliente satisfeito com qualidade do produto

Cliente satisfeito com qualidade do produto

Ele diz que com a profissão consegue manter a família e as despesas mensais. Para se ter um exemplo de preços, um baixo fabricado por ele pode chegar a até R$ 1,8 mil. Alguns clientes ficam muito satisfeitos por levar para casa um instrumento exclusivo.

 “Eu tinha levado esse violão pra outro cara fazer, mas ele não deu conta então trouxe pro Calver e ele terminou o serviço e ficou muito bom”, disse o violonista Romualdo Damasceno, de 31 anos.

 

Luthier de bateria

Elinelson Almeida é um outro exemplo de como a profissão está diversificada. Ele é luthier lutador de baterias. Nélson Batera, como é conhecido, também toca bateria, entrou no mercado de construção e reparo do instrumento nos anos de 1990.

Nelson Batera:

Nelson Batera: músico trabalha há 19 anos também como luthier

Ele toca bateria desde 1994 e em 98 começou a trabalhar com produção. O músico conta que tinha uma bateria e a usou como laboratório para por em prática o que ia aprendendo por meio de revistas especializadas no ramo.

 

“Nosso trabalho não consiste em apenas construir tambores, nós customizamos a bateria. Existem muitas possibilidades de se modificar uma bateria seja em cor ou em tamanho”, afirma o luthier.

Além da produção de tambores, trabalho passa pelo

Além da produção de tambores, trabalho passa pelo design e cor da bateria

Os dois profissionais podem ser contatados por meio de suas páginas no Facebook.

Seles Nafes
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