ANDRÉ SILVA
O Centro Comunitário do Bairro Marabaixo II, zona oeste de Macapá, está abandonado. O espaço foi construído pelo governo do Estado e cedido à Prefeitura de Macapá por meio de um convênio em 2013 para funcionar como anexo da Escola Municipal Raimunda Lima Guedes. A comunidade está reivindicando a reforma do lugar, único ponto de referência em atividades sociais nas redondezas.
O prédio está fechado desde o ano passado. Antes, era usado como centro comunitário e desde que foi construído abrigava projetos sociais. Também era utilizado para ensaios e treinos de grupos de hip-hop e de capoeira. Porém, desde que passou a funcionar como anexo escolar os grupos perderam o direito de usar o centro e as atividades pararam.
“Nós tínhamos um grupo de hip-hop e ensaiávamos todas as noites aqui. Nosso público eram crianças que ficavam muito tempo sozinhas sem a companhia dos pais e as que ficavam pela rua. Agora elas não têm onde treinar”, protestou Donielson Ferreira Martins, de 24 anos, um dos coordenadores do grupo.
Praticamente todas as salas do centro estão arrombadas. Existe também muito lixo espalhado por onde se anda. Livros, cadernos, armário e até um freezer compõem o cenário de descaso e abandono.
“Estamos há mais de um mês solicitando a visita da prefeitura para que ela possa tomar uma providência, mas até agora nada. Esse é o único espaço que temos para fazer qualquer evento na comunidade”, reclamou Israel Mandes, de 56 anos. Ele já mora no bairro há 17 anos.
O termo de cooperação nº001/2013 foi assinado em 2013 entre a prefeitura e o governo do Estado e a vigência era de 3 anos. Uma das cláusulas aponta que a responsabilidade de manutenção do prédio é da PMM. O presidente da Associação de Moradores dos bairros Marabaixo I, II e III, Edilson Pimentel, de 47 anos, disse que fica inviável a instalação de novas atividades sem um lugar apropriado.
“A atual diretora abandonou o prédio e deixou assim e nem sequer devolveu a chave para a associação que é a dona do espaço. Queremos que o espaço seja recuperado pois temos muitos projetos para comunidade”, enfatizou o presidente.
A Secretaria Municipal de Educação (Semed) prometeu se posicionar sobre o assunto até segunda-feira, 17, mas não se manifestou.