CÁSSIA LIMA
Estudantes prometem fazer um grande ato contra o aumento da tarifa de ônibus em Macapá na próxima quinta-feira, 20. O movimento é para chamar atenção do poder público contra o aumento considerado abusivo de R$2,75 para R$3,25 como sugeriu o Sindicato das Empresas de Transporte do Amapá (Setap).
Para o presidente da União dos Estudantes dos Cursos Secundários do Amapá (Uecsa),Renan Santos, que não participa do Conselho Municipal de Transporte Público de Macapá que analisa a mudança na tarifa, o debate vai além de um aumento no preço.
“Não vamos permitir esse aumento abusivo já que o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MP não foi cumprido. As linhas como Marabaixo e Infraero II ainda sofrem com veículos velhos, falta de pontos e atraso”, frisou Renan Santos.
Segundo ele, não é só um aumento de 50 centavos, para o estudante e o trabalhador é mais porque são viagens de ida e volta pelo menos duas vezes ao dia. Para o universitário José Otávio, o Conselho de Transporte debateu sobre o aumento da tarifa mas não procurou os mais afetados.
“Nós estudantes e trabalhadores que somos mais afetados, não fomos consultados dessa mudança. A gente precisa ser consultado porque esse aumento é um abuso no nosso bolso e não recebemos um serviço de qualidade”, reclamou o estudante.
O aumento da tarifa de ônibus já vinha sendo discutido, mas desde segunda-feira, 10, quando o Conselho Municipal de Transporte Público de Macapá colocou em pauta para apreciação o possível aumento da tarifa de ônibus, o debate se tornou público.
Os membros do conselho tiveram acesso às planilhas de custos apresentada pelo Setap e estão fazendo suas análises para que em uma próxima reunião, ainda sem data, possam deliberar definitivamente a favor ou contra. Em encontro no dia 10, três dos cinco conselheiros haviam declarado voto favorável ao reajuste. Após a decisão final do órgão de deliberação, a sugestão será encaminhada para a Câmara de Vereadores.
Para o presidente da Comissão de Transporte da Câmara, vereador Japão Bahia (PDT), antes de qualquer votação a população deve ser consultada. O posicionamento dele é contrário ao aumento.
“Já chegaram a um valor absurdo, mas não consultaram a população, quero fazer um estudo de como chegaram a esse valor e a um denominador comum. O que não pode é a população ser lesada por uma tabela imposta pelo empresariado local”, destacou.
Enquanto a proposta final não é concluída no Conselho, os vereadores do parlamento municipal já chamam trabalhadores e estudantes que utilizam do transporte público para ficarem atentos ao chamado para debater a possível mudança na passagem de ônibus de Macapá.