DA REDAÇÃO
A Polícia Federal do Amapá confirmou que Macapá é alvo de duas operações simultâneas que investigam crimes ambientais com participação de funcionários públicos e empresários do setor madeireiro.
As operações foram batizadas de Pantalassa (oceano pré-histórico que banhava o planeta) e Quantum Debeatur (quantia devida, em latim). Ao todo, foram expedidos 20 mandados de condução coercitiva, 16 de busca e apreensão e uma prisão preventiva nas cidades de Macapá, Santana, Porto Grande e Pedra Branca do Amapari.
A Operação Pantalassa investiga a exploração ilegal de madeira supostamente comandada pela empresa Pangea Mineração. Pangea é o nome do planeta terra antes da formação dos continentes, o que explica o nome da operação relacionada ao único oceano que banhava todo o planeta.
De acordo com as investigações, a empresa conseguia o apoio de famílias de assentamentos rurais que cortavam madeira além do permitido. A atividade ocorria nos assentamentos Nova Canaã, Munguba e Nova Colina. O desmatamento era “legalizado” por funcionários do Imap, aponta a investigação da PF que teve apoio do Ibama e Ministério Público Federal.
Na Pantalassa foram cumpridos 17 mandados de condução coercitiva, 15 de busca e apreensão e um de prisão preventiva. Os investigados responderão aos crimes de desmatamento, lavagem de dinheiro, associação criminosa, usurpação de bem da União, extração/pesquisa ilegal de minério, corrupção ativa e transporte/armazenagem de madeira sem DOF. As penas podem somar 30 anos de prisão.
Quantum debeatur
A operação Quantum Debeatur também investiga a participação de funcionários do Imap “na concessão e transferência de créditos florestais indevidos a empresas madeireiras no estado”.
De acordo com a PF, pelo menos 51.534 metros cúbicos em “créditos de reposição florestal foram transferidos de forma irregular entre 2014 e 2016”. Ou seja, os créditos falsos davam uma aparência de legalidade à madeira extraída irregularmente.
Na Quantum Debeatur foram expedidos três mandados de condução coercitiva e um de busca e apreensão. Os crimes investigados são: inserção de dados falsos em sistemas da administração e elaboração de concessão florestal falso, cuja as penas podem chegar a 18 anos.
A PF não deve divulgar os nomes dos empresários e funcionários envolvidos nos esquemas, mas uma entrevista coletiva foi marcada para as 11h na sede da instituição, na zona norte de Macapá.