MP identifica adolescentes de Macapá no desafio da “Baleia Azul”

Nimp alerta que jogo é na verdade crime virtual e deve ser denunciado
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DA REDAÇÃO

O Núcleo de Inteligência do Ministério Público do Amapá (Nimp) identificou, durante palestra em uma escola da rede estadual de ensino, um grupo de alunos que confirmaram estar participando do desafio virtual da “Baleia Azul”, jogo que induz ao suicídio. 

Desde a quinta-feira, 20, o núcleo do MP iniciou uma série de palestras em escolas públicas do Estado para alertar a comunidade escolar sobre o perigo do envolvimento de jovens no jogo.

A Escola Estadual Coelho Neto, localizada no Bairro Buritizal, zona sul da cidade, foi escolhida para ser a primeira a ocorrer a atividade.

MP recebeu pedido de ajuda. Núcleo iniciou palestras nas escolas para alertar comunidade escolar. Fotos: ascom MP/divulgação

Durante a exposição da coordenadora da promotoria de Justiça, Andrea Guedes, quase todos os alunos presentes no auditório conheciam o “jogo” e alguns confirmaram que já estão participando.

“Recebemos um pedido de ajuda e estamos aqui porque o assunto é muito sério. Sabemos que não é fácil falar dos nossos problemas, mas precisamos conversar. A adolescência é uma fase difícil, são muitas transformações e mudanças que nem sempre são acompanhadas da melhor orientação, criando um quadro emocional de extrema vulnerabilidade. Precisamos dar atenção”, avaliou a promotora.

Crime cibernético

O Nimp alerta que o desafio é na verdade um crime cibernético e a conduta dos responsáveis está configurada como ilícito penal de  induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio.

A pena para essa prática é de 2 a 6 anos de reclusão, podendo ser duplicada no caso da vítima ser menor ou ter diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. Dependendo das circunstâncias, o caso pode ser caracterizado como homicídio qualificado.

Jovens realizariam mutilações nos desafios. Imagem: Uol/reprodução

Desafio da “Baleia Azul”

Ao ingressar no jogo, as vítimas recebem orientações diárias para execução de 50 desafios, que incluem atos de automutilação, ingestão de medicamentos e uso de substâncias entorpecentes, bem como a prática de atividades e comportamentos que podem acentuar quadros de depressão, finalizando com a proposta da prática de suicídio.

Para auxiliar professores, pais, alunos e equipe pedagógica, o Nimp realizará atividades nas escolas, acompanhando de perto as questões ligadas ao comportamento e disciplina dos alunos. Haverá um espaço reservado para diálogos e denúncias.

CVV realiza atendimento gratuito e garante sigilo. Foto: arquivo/SELESNAFES.COM

Onde procurar ajuda?

O Ministério Público do Amapá dispõe de corpo técnico capacitado para atender crianças, adolescentes, jovens e adultos em situação de vulnerabilidade emocional, através da Centro de Apoio Operacional Justiça da Infância e Juventude (CAOP-IJE), localizado na Av. Fab, nº 64.

Outra opção é o Centro de Valorização da Vida (CVV), que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente as pessoas que precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, chat e Skype 24 horas todos os dias, através do número 141 ou pelo site www.cvv.org.br. 

Seles Nafes
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