Os pontos polêmicos sobre a morte do vigia da OAB

Policiais militares levantam questões, enquanto a OAB defende o vigia Adriano Fortunato
Compartilhamentos

DA REDAÇÃO

O comando da PM do Amapá só irá se pronunciar sobre a intervenção policial que terminou na morte do vigia da OAB quando as investigações da Polícia Civil e da Corregedoria da PM forem concluídas.

No entanto, o que aconteceu na madrugada da última segunda-feira, 10, deixa uma série de perguntas a serem respondidas sobre a conduta dos policiais, da OAB e do vigia.

Por que Adriano Fortunato estava sem um informe de identificação? Por que um dos tiros atingiu a parte posterior do braço esquerdo dele, como se estivesse em posição de defesa? 

Como pode o vigia não ter ouvido o barulho das serras arrombando os cofres do banco Santander, já que a agência fica nos fundos da OAB?  

coletiva de imprensa na OAB. Foto: Cássia Lima

Coletiva de imprensa na OAB na última quarta-feira, 12. Foto: Cássia Lima

Se a PM diz que houve troca de tiros e o vigia estava armado, por que não existem marcas de balas espalhadas no prédio ou no carro do vigia?

Afinal, o vigia tinha um passado criminoso como afirmam colegas que defendem ação dos policiais?

O portal SELESNAFES.COM ouviu policiais graduados e a OAB, e reuniu os principais pontos polêmicos sobre a conduta de todos os envolvidos. Acompanhe os principais pontos.

Como pode a OAB, que é uma instituição que defende os direitos das pessoas, colocar um funcionário sem preparo e sem identificação para guarnecer um prédio?

O que diz o presidente da OAB, Paulo Campelo:

“Ele estava identificado com o crachá, e esse crachá sumiu. É norma interna que o funcionário use o crachá e uma camisa que mandamos fazer no fim do ano. Nunca tivemos essa necessidade de ter um vigilante armado porque não guardamos nenhum valor no prédio. O fato de estar sem uniforme não dá o direito dos policiais atirarem. E se fosse comigo ou outra pessoa sem uniforme naquele momento? 

Adriano Fortunato no local de trabalho

Adriano Fortunato no local de trabalho

Adriano Fortunato tinha passagem pela polícia, vários policiais militares afirmam isso.

O que diz a OAB:

Ele respondeu a um processo há alguns anos antes de trabalhar conosco, quando ainda atuava como segurança em festas e outros eventos. E numa festa houve a morte de uma pessoa e o nome dele foi arrolado, mas nós acompanhamos o processo. O que ocorreu é que ele foi confundindo com outra pessoa e ele foi inocentado.

A perícia feita pela Polícia Federal pode ser prejudicada porque a cena do crime foi invadida por advogados.

O que diz a OAB:

Quando nós chegamos lá, apenas a PM tinha entrado. Nem os diretores foram autorizados a entrar.

O vigia e o assaltante armados, e teria ocorrido uma troca de tiros com os policiais

O que diz a OAB:

Se houve troca de tiros tinha que ter marcas nas paredes,  no portão, no carro do Adriano… Nem cápsulas existiam no local. Ele recebeu um tiro de fuzil com o braço levantado tentando se defender. O tiro dilacerou o braço dele. E mais, os dois presos no forro foram contundentes em afirmar que o bandido morto (no HE sem identificação) não estava armado. Ele era um criminoso experiente, e disse que se fosse pego sabia ele não seria indiciado por furto qualificado.

Como pode o vigia não ter ouvido as serras arrombando a agência e não ter chamado a polícia?

Isso é muito relativo. O prédio é antigo e tem paredes com espessura de 5 tijolos. Se o arrombamento fosse no prédio da OAB ele poderia ter ouvido. Outros vizinhos da agência também não ouviram. Além disso, ele estava na parte da frente do prédio estudando possivelmente com fones de ouvido. O notebook dele estava aberto em sites de estudos e apostilas.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!