TFD: Sesa avalia necessidade de acompanhantes em viagens para tratamento

Sesa informou que necessidade de acompanhante deve ser apontada pelo laudo médico e que não houve suspensão de passagens
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DA REDAÇÃO

No Amapá, cerca de 4,5 mil pessoas fazem tratamento fora de domicílio. Desses, 30% são pacientes oncológicos, segundo a Associação Amapaense de Apoio a Pacientes em Tratamento Fora de Domicílio (AAPTFD). Os dados são da associação e são de 2014 segundo a presidente da instituição, Julia Soares.

Alguns desses pacientes estão receosos de viajar a tratamento, pois alegam que há a possibilidade de irem sem acompanhantes.

Júlia Soares explica que a suspensão de passagem para acompanhantes começou na semana passada e isso se estende a todos os  pacientes atendidos pelo TFD, o que inclui: cardíacos, transplantados e oncológicos.

“Muitos pacientes estão deixando de usar o TFD por conta dessas dificuldades e acabam tendo seu tratamento interrompido. Os dados vindos do Hospital de Câncer de Barretos (SP) dão conta que 70% dos nossos pacientes quando chegam lá já não da pra fazer nada”, denuncia Soares.

Ela explica que os dados estão desatualizados e que em breve fará um novo censo para ter informações mais precisas.

Segundo a instituição, pacientes prestes a viajar à tratamento estão reclamando que terão que ir sozinhos porque o TFD não estaria fornecendo passagens para seus acompanhantes.

Mariney Monteiro: acompanhante é fundamental no tratamento. Foto: arquivo pessoal

Mariney Monteiro: acompanhante é fundamental no tratamento. Foto: arquivo pessoal

A pedagoga, Mariney Monteiro, de 34 anos, já está em tratamento há um ano e está tentando conseguir a passagem para o seu acompanhante, que também é seu marido, para realizar um exame mais específico. O procedimento consiste em uma tomografia computadorizada por emissão de pósitrons, denominado PET-TC.

Ela disse que não é possível uma pessoa com câncer passar pelo tratamento sozinha. As reações aos medicamentos são muito fortes e a companhia de um parente ou amigo é fundamental.

“O acompanhante é uma peça muito importante pra gente que vai fazer tratamento em outro lugar. Ele leva a gente em consultas, corre atrás de coisas pra gente, e pessoas como eu que já fizeram quimioterapia sabem que a gente se esquece muito das coisas, entre outras sequelas”, justificou Monteiro.

Sesa

A Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) informou que não suspendeu passagem para acompanhantes, mas quando isso ocorre faz com base no art. 7 da portaria 055/99, que diz que a indicação da necessidade de acompanhante deve ser apontada pelo laudo médico, com a justificativa da capacidade do paciente em poder se deslocar desacompanhado.

Disse também que as passagens para Mariney Monteiro e seu acompanhante foram liberadas na última segunda, 11, e a viagem está prevista para o dia 14.

Foto destaque: Marcio Pinheiro (Secom)

Seles Nafes
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