ANDRÉ SILVA
Uma audiência pública na Câmara dos Vereadores de Macapá na manhã desta sexta-feira (28) reuniu representantes estaduais e municipais dos órgãos de segurança pública. O objetivo era discutir a integração no trabalho do policiamento escolar e a criação de um batalhão voltado só para esse gênero de policiamento.
A audiência foi convocado pelo vereador e presidente da Câmara, Acácio Favacho (PROS). Para ele, um serviço tão essencial à comunidade precisa ser observado e suas dificuldades sanadas. Um dos objetivos é sensibilizar o governo do Estado para criar um batalhão voltado só para o patrulhamento escolar.
“Esse tipo de trabalho realizado pelas forças de segurança pública do Estado e município, é muito importante e precisa ser observado e integrado. Nosso objetivo aqui é buscar essa união entre essas forças no combate a violência nas escolas”, explicou o vereador.
A PM já faz um policiamento diferenciado nas escolas, mas o trabalho é feito apenas por um grupamento com poucas viaturas do 6º BPM.
Polícia militar (PM), Guarda Civil Metropolitana de Macapá (GCMM) e Secretaria de Justiça e Segurança Pública Estado (Sejusp) puderam expor os sucessos e dificuldades enfrentadas pelas corporações no patrulhamento escolar no entorno das escolas. Além dessas corporações, representantes da Secretaria de Educação do Estado (Seed) e de estudantes também participaram da audiência.
A GCMM explicou que a GM Ciclo faz o patrulhamento no entorno das escolas municipais e principalmente em praças da capital. O comandante da corporação, Ubiraci Macedo, disse que as patrulhas têm abordado muitos estudantes consumindo drogas, e, em muitos casos, em horário de aula.
Segundo Macedo, os adolescentes apreendidos com entorpecentes estão sendo entregues diretamente aos pais. Para ele, esse tipo de estratégia tem surtido mais efeitos do que quando eles são entregues na delegacia ou ao Conselho Tutelar.
“Esse trabalho feito nas escolas, que busca essa orientação e uma conversa entre os pais e escolas, é muito válido para inibir a violência e a criminalidade nesses âmbitos”, reforçou .
A PM dividiu a capital em três áreas (zona norte, sul e centro), e nelas cada batalhão fica responsável pelo patrulhamento escolar. São eles: 1º, 2º e 6º batalhões. O comandante geral da PM, Rodolfo Pereira, explicou que esse tipo de serviço é uma vertente da polícia comunitária.
Só no ano passado, a PM apreendeu 137 facas brancas nas escolas.
“Não queremos violência dentro ou ao redor da escola. Não queremos prender alguém ou apreender algum material ilícito, na verdade nós trabalhamos para que isso não aconteça. Para isso nós temos um trabalho de palestra educacional e um trabalho preventivo com pais alunos e professores para que a gente chegue a um resultado favorável”, explicou o comandante da PM, coronel Rodolfo Pereira.
O secretário de Segurança Pública, Ericláudio Alencar, lembrou com saudosismo o tempo em que era aluno secundarista e de como a violência não existia na escola. Ele aponta que uma integração entre as forças pode ajudar no combate à violência nas escolas e pontuou que o patrulhamento escolar é a principal arma para combater esse mal.
“Um momento como esse é muito importante porque são esses homens e mulheres que fazem esse trabalho, que vão mudar a realidade nas escolas do nosso Estado”, enfatizou Alencar.
Dos 24 vereadores, apenas 8 participaram da audiência que foi encerrada no início da tarde. Representantes da PM, GCMM e dos estudantes fizeram uso da tribuna.