Com filas reduzidas, pais ainda reclamam da demora de atendimento no PAI

Sesa diz que 80% dos casos deveriam ser resolvidos em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Porém, usuários procuram unidade pela dificuldade de acesso a pediatras
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CÁSSIA LIMA

Apesar da diminuição de pacientes, ainda havia filas no Pronto Atendimento Infantil (PAI) de Macapá nessa quinta-feira (18). Mas nada comparado ao caos do início da semana onde pais esperaram até 14h por consulta. A procura foi tão alta que quebrou o recorde do ano.

Na última terça-feira (16) a reportagem do portal SELESNAFES.COM flagrou corredores lotados na unidade. A procura em quase todos os casos eram para tratamento dos mesmos sintomas: garganta inflamada, febre alta, vômito, diarreia e problemas respiratórios. Nesta quinta, a fila já estava menor, mas a demora no atendimento continuava.

Pais reclamam da demora no atendimento. Fotos: Cássia Lima

Segundo dados do PAI, são atendidas 3 mil crianças e adolescentes por mês. No período sazonal, que corresponde aos meses de maio e junho (onde há aumento de doenças respiratórias), a média é de 4 mil atendimentos.

Entretanto, somente no mês de abril foram realizados 5.586 (cinco mil quinhentos e oitenta e seis) atendimentos. A Secretaria de Saúde (Sesa) diz que 80% dos casos deveriam ter sido resolvidos em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Segundo a Sesa, o grande número de usuários é ocasionado pela dificuldade de acesso a pediatras nas UBSs.

Um exemplo da situação é a dona de casa Rosana Barbosa que estava com a filha no PAI.

Recepção do PAI lotada

“Eu moro no Buritizal e devido à reforma da UBS do Lélio Silva, trouxe minha filha direto pra cá. Ela está muito gripada e com dor de cabeça há dias. Eu só espero que me atendam logo”, disse a dona de casa que esperava na fila há 3 horas.

A Sesa diz que o PAI é referência no atendimento de urgência e emergência para crianças de 29 dias até 12 anos e trabalha com a Classificação de Risco, em que pacientes mais graves são prioritariamente atendidos, independente da ordem de chegada.

Já a Secretaria de Saúde de Macapá (Semsa),informou ao site que com a reforma das UBSs do Lélio Silva e Congós, a demanda está sendo transferida para as UBSs Rubim Aronovich, no Santa Inês e Perpétuo Socorro. As duas unidades estão funcionando 24hs para atender essa demanda.

UBS do Lélio Silva em reforma

A Semsa ainda informou que existem 20 pediatras e 32 clínicos gerais atendendo em Macapá e que as pessoas procuram o PAI quando acham necessário.

Este é o caso da dona Elenice Carvalho, moradora do Jardim Marco Zero. Ela está com a filha doente há quase um mês e procurou o PAI com encaminhamento médico.

“Minha filha está muito gripada há um mês. Os médicos já fizeram exames, mas encaminharam pra cá porque a garganta dela não fica boa”, ressaltou a mãe da criança de um ano.

Filas reduzidas na frente do PAI

Termo de Cooperação

Devido ao impasse sobre a competência de atendimento do PAI e UBS’s, o Ministério Público do Estado propôs um termo de cooperação entre as secretarias estadual e municipal de saúde para orientar a população sobre o acesso à rede pública.

A campanha é uma recomendação do Ministério Público do Estado e tem como foco ajudar a desafogar a rede estadual, a exemplo do que vem ocorrendo no Pronto Atendimento Infantil (PAI).

Seles Nafes
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