SELES NAFES
Oito atletas do time de basquete do Santos foram despejados do hotel onde estavam hospedados no Centro de Macapá no início da tarde desta segunda-feira (8). Todos são jogadores de outros Estados contratados para atuar na Liga Ouro.
A competição começou em abril. O Santos enfrentou o Blumenau (SC) duas vezes neste fim de semana em Macapá, e perdeu em ambas as partidas disputadas na sexta-feira (5) e no domingo (8). Contudo, o time ainda tem mais 4 jogos pela frente, todos no Amapá.
O elenco estava hospedado no Hotel Rio Mar, no Bairro Central, junto com o time do Blumenau. A confusão começou antes da partida dos atletas catarinenses na noite deste domingo. Eles deixaram o hotel sem que a conta, de pouco mais de R$ 3,5 mil, fosse paga.
Quando o time do Santos foi jogar em Blumenau, no mês passado, foi o clube catarinense quem pagou a hospedagem. O acordo na Liga Ouro prevê que o anfitrião paga a hospedagem do visitante. Ou seja, neste caso, o time do Santos é quem deveria pagar a hospedagem do Blumenau. O caso foi parar na polícia.
“Chamamos uma viatura da Polícia Militar e fomos para a delegacia. Para não prejudicar a delegação do Blumenau, que ia viajar ontem as 23h, nós fechamos um acordo onde o responsável pelo time do Santos deixou um veículo como garantia do pagamento”, explicou o advogado do hotel, Pablo Nery.
Além da hospedagem do Blumenau, o hotel ficou no prejuízo com a hospedagem do Santos. No total, a conta a receber é de R$ 9,9 mil. O portal SELESNAFES.COM não conseguiu contato com o responsável pelo time, o empresário Gilmar Justus. Foi ele quem deixou o carro como garantia no hotel.
No início da tarde desta segunda-feira (9), os atletas do Santos foram despejados do hotel. Até as 16h, eles estavam sem alimentação, com bagagens e mochilas colocadas para fora dos apartamentos.
“Nada do que foi prometido foi cumprido. A alimentação falhou desde o começo, tudo muito bagunçado. Nós estamos aqui desde fevereiro e nenhum salário foi pago”, criticou Lima, o capitão do time.
Os oito jogadores, todos do Sul do país, estavam hospedados há mais de uma semana no hotel, sem que nenhuma diária tivesse sido paga.
Os atletas tinham a esperança de que a Secretaria de Desporto e Lazer fizesse algo por eles. Procurado pelo SN, o secretário Júnior Maciel disse que, mesmo com orçamento baixo, a Sedel bancou as passagens aéreas em cinco viagens do Santos, e logo no início da competição ainda garantiu uma hospedagem no Macapá Hotel, além de uma van.
“O orçamento da Sedel é de pouco mais de R$ 1 milhão por ano, e esse projeto do time é de R$ 400 mil. Estávamos gastando mais de R$ 50 mil com passagens para cada viagem do time, isso a cada 20 dias. É quase todo o meu orçamento de passagem”, comentou o secretário.
Maciel disse que Gilmar Justus tinha conhecimento das limitações orçamentárias da Sedel quando fechou o contrato de patrocínio.
“Sempre deixei claro que mais que isso a Sedel não poderia custear. É um projeto fantástico, mas o Estado, na condição em que está, não tem como fazer mais. Estou preocupado, mas ele (Gilmar Justus) foi irresponsável. A Sedel não tem como assumir essa hospedagem porque ainda estamos na licitação de hospedaria que vai terminar só em junho”, concluiu.
Luciano Marba
O presidente do Santos, o empresário Luciano Marba, disse que apenas emprestou o nome do clube para que o empresário Gilmar Justus tocasse adiante o projeto de basquete, contratando elenco e articulando patrocínio.
“Eu ainda ofereci os alojamentos e uma quadra no Centro de Treinamento (CT) do Peixe, mas eles não quiseram, preferiram ficar em hotel”, lembrou Marba.
A situação dos jogadores, sentados na frente do hotel, chamou a atenção e sensibilizou algumas pessoas. Contudo, a situação permanece num impasse.