ANDRÉ SILVA
Um pesquisador do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa), já catalogou 200 espécies de orquídeas das 500 que podem existir no Amapá. Os estudos iniciaram em 2013 e serão concluídos no fim deste ano. O resultado será publicado em uma revista científica de circulação mundial.
No primeiro trabalho realizado para identificar as espécies nativas da região, em 1967, foram catalogadas apenas 77 delas. A estimativa é que existam no Brasil mais de 2,5 mil tipos de orquídeas, 500 delas, estima-se, estão no Amapá.
O levantamento faz parte da tese de doutorado do pesquisador Patrick Cantuária, que falou que o estudo surgiu por uma necessidade.
Ele já estudava a diversidade e ecologia de abelhas que foi tema de sua tese de mestrado e conta que teve muita dificuldade em identificar as orquídeas que as abelhas visitavam.
“Senti essa necessidade e resolvi fazer o doutorado por conta desta limitação de informações”, disse o pesquisador.
Segundo Cantuária, a família das orquídeas é uma das maiores famílias de plantas do mundo. Para ele, 70% das espécies têm apelo comercial e boa parte delas estão aqui no Estado.
“Ela tem uma importância ecológica muito grande e o valor dela no mercado é altíssimo”, reforçou.
Ele conta que os diversos gêneros da planta, surgiram após um grande período de evolução e podem ter durado bilhões de anos. Na região amazônica, ele explica, as espécies podem ter chegado por meio da água ou de carona nas asas de pássaros e insetos.
A exemplo das espécies mais raras e que podem ser encontradas no Estado, está a “Mormodes”, que em toda a Amazônia, poucas amostras foram coletadas para estudos.
As espécies das plantas coletadas para esta pesquisa foram doadas ao orquidário Municipal de Macapá que funciona na Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam).
O Museu Sacaca, administrado pelo Iepa, estuda a possibilidade da criação de um orquidário no local.