DA REDAÇÃO
O suposto empresário que atuava no Amapá, envolvido em casos de estelionato que chegam a mais de R$ 20 milhões, Elton Felix Gobi Lira, de 33 anos, foi transferido de Brasília, onde foi preso, para uma penitenciária em Belém (PA), na quinta-feira (15).
Ele é acusado de uma série de fraudes em fundos de previdência de prefeituras paraenses. Segundo a Polícia Civil do Pará, pessoas físicas também teriam sido lesadas em mais de R$ 900 mil.
De acordo com o apurado pela polícia, o empresário andava debochando da Justiça e fazendo ameaças de morte a advogados das vítimas.
Ameaças
“Meu pai de 62 anos está internado com ataque de hipertensão por causa desse mandado de prisão. E se alguma coisa acontecer com ele, eu juro pela vida dos meus dois filhos que eu mato o Tom e o Tiago (advogados) com tiro na cara!”, disse Elton Felix Gobi Lira em uma mensagem.
Ele exibia pela internet sorriso e ostentava vida luxuosa com dinheiro das vítimas que denunciaram o golpista à polícia. O mandado de prisão foi expedido pela Justiça e foi aí que o estelionatário começou a ameaçar os advogados das vítimas.
A Ordem dos Advogados do Brasil no Pará (OAB-PA) entrou no caso, fazendo denúncia das ameaças contra a defesa das vítimas.
Ridicularizando a Justiça
Mas Elton Lira ainda continuou zombando da Justiça, fazendo pouco nas redes socais sobre o mandado de prisão que havia contra ele.
Em uma publicação ele faz piada com órgãos como MPF, MPE e TCE, dizendo que estava saindo de Palmas, em Tocantins, a caminho de Brasília. Em outra postagem ele diz que ficaria até 14h em um restaurante.
O golpista foi preso em um hotel de luxo, em Brasília no dia 8.
Atuação no Amapá
No Amapá, as empresas dele, a Êxito Consultoria e a Êxito Assessoria de Investimentos, também prestaram serviços para o Macapaprev, o instituto de previdência da prefeitura de Macapá. O caso é investigado pelo Ministério Público do Estado.
Elton Felix Gobi Lira é ex-companheiro da jornalista amapaense Dayanne Lima, que tem na Justiça medida protetiva contra o empresário por violência doméstica.
O esquema
Segundo a Polícia Civil, Elton se apresentava como economista e investidor financeiro e prometia multiplicar o dinheiro das vítimas com aplicações na bolsas de valores, que nunca existiram.
Ele geralmente marcava reuniões em hotéis de luxo e fazia network com políticos e pessoas da alta sociedade. O criminoso emitia extratos bancários falsos que fazia com que a pessoa pensasse que seu dinheiro estava tendo rendimento.