CÁSSIA LIMA
Apesar do trabalho árduo de três meses, um grupo de estudantes amapaenses da Escola Estadual Antônio Messias, no Bairro Zerão, zona sul de Macapá, ainda não conseguiu terminar a sonda espacial Mirzan-Messias. O motivo foi o atraso na chegada do material que foi comprado fora do Estado.
O lançamento oficial da sonda seria neste sábado (24) junto com mais dois trabalhos amapaenses do Colégio Santa Bartolomea e Ifap de Santana, além de 7 escolas pelo Brasil. Mas a demora na entrega do material impossibilitou a construção do trabalho. A nova data de lançamento ainda não foi divulgada.
Segundo o orientador do projeto na escola, o material só deve ser entregue na próxima semana. O resultado do experimento será analisado pelo grupo Zenith, da Universidade de São Paulo (USP), que está envolvido na Missão Garatéa, primeira missão lunar brasileira, programada para 2020.
As sondas de estudantes de 10 instituições brasileiras serão lançadas a uma altitude de 30 quilômetros, acima da atmosfera. Nesse ambiente com radiação e baixíssima temperatura os estudantes vão observar o comportamento de bactérias e colher informações sobre outros estudos.
Ao todo, 10 estudantes da escola começaram a construir a sonda, mas apenas três terminaram com o projeto. A estudante Daiana Rodrigues de Souza, de 18 anos, é uma delas. Ela quis participar do projeto porque gosta do espaço, mas se deparou com assuntos técnicos que desconhecia.
“Meu interesse surgiu durante o projeto. Eu aprendi muito e já entendo melhor o assunto. Me ajudou muito em matemática e aprendi de lógica e programação. Estamos só esperando o material para terminar o projeto”, destacou Daiana.
O projeto tem o auxílio do membro do Clube de Astronomia do Amapá- Mirzan, Victor Monteiro. Ele conta que a maior dificuldade dos alunos foi a falta de conhecimento mínimo do assunto astronômico. O incentivo do estudo do tema já gera interesse no estudo das tecnologias astronômicas no Amapá.
“Os alunos tinham dificuldades de fazer operações matemáticas e lógicas, mas isso é porque esse incentivo deveria ter nas escolas de educação básica. Mas tudo isso significa que está havendo um incentivo maior na astronomia no Amapá”, destacou.
O material será construído normalmente e enviado ao Zenith (SP). Após isso, os resultados serão analisados e publicados pelos alunos.
Estudos da astronomia
Esse é um dos primeiros experimentos astronômicos no Amapá a alcançar maior amplitude de participantes. Há três grupos amapaenses que participam da construção de sondas para o projeto Garatéa-E, desenvolvido pelo Grupo Zenith da USP.
Alunos do Bartoloméa, com as sondas chamadas de PongSat e CanSat, são orientados pelo professor Cássio Renato; os alunos do Antônio Messias são coordenados pelo professor Victor Monteiro; e estudantes do Ifap de Santana, que recebem ajuda do professor Dimitri.
Todos os experimentos foram elaborados pelos alunos, com um auxílio apenas dos professores. O objetivo da atividade é incentivar os jovens estudantes em projetos científicos desde a educação básica. O resultado dos experimentos fornecerá informação sobre como seres terrestres se comportam em ambientes extremos.