CÁSSIA LIMA
O consumo de drogas nos distritos e nas zonas rurais de Macapá foi alvo de debate na audiência pública “Drogas em Macapá e entorno”, nesta segunda-feira (12), na Câmara de Vereadores de Macapá. A meta das autoridades é criar uma rede de combate unificada contra o consumo de drogas ilícitas.
A vereadora Patriciana Guimarães (PRB), que organizou a audiência, fez um levantamento nos distritos do Bailique, Abacate da Pedreira, Lontra, Ponta do Curuá e Itamatatuba. O resultado foi unânime de que as drogas então entrando nas comunidades.
“Nós queremos cobrar das autoridades saídas e soluções. Que a prefeitura faça parceria com a Secretaria Nacional de Mobilização Contra as Drogas, para que peça um ônibus que trate da prevenção das drogas”, ressaltou.
A audiência ocorreu depois da morte recente do jovem Jeferson Medeiros, de 22 anos, em uma festa rave. A proposta é que haja mais fiscalização nas casas de shows, nos bares e uma mudança nos horários das festas em Macapá.
O tema foi explanado pelo funcionário público Albino Brito, de 38 anos, ex-usuário de drogas que tem como exemplo uma história de vícios que começou no consumo de álcool até chegar fundo no vício do crack por cinco anos.
“Foi um processo lento que começou com a bebida alcoólica. Foi avassalador. Eu usei crack por anos e não foi fácil sair. Minha maior vontade era sair, mas é difícil porque é uma dependência muito forte. Mas eu tive um encontro com Deus e estou há 7 anos limpo”, declarou o servidor público.
Ele contou às autoridades sua história, a luta contra o vício e o combate pra sair desse mundo. Atualmente, Albino tem uma vida saudável e procura ajudar outras pessoas que estão na situação em que um dia estava.
“Muitos adolescentes que vão para o Cesein são situações de roubo, mas que tem como pano de fundo as drogas. Nós queremos participar desse processo e começar mudanças lá no início do ciclo vicioso que é na infância”, destacou o juiz Luciano Assis, da vara da criança e do adolescente.
A proposta da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), é que haja ações integradas entre PM, PC, Conselho Tutelar, Guarda Municipal e os pais. Segundo o secretário, Ericlaudio Alencar, os pais tem que observar os filhos.
“Os pais tem prestar atenção na mudança de hábito dos filhos, se a criança está dormindo muito, se está comendo muito, nas mudanças de humor, rebeldia e se aparece com dinheiro em casa. Temos que ficar alertas porque as drogas refletem o núcleo familiar”, destacou o secretário.
A audiência encaminhou reunião entre os agentes da segurança pública e uma grande campanha será lançada no segundo semestre do ano organizada pela Sejusp. O presidente do Monte Tabor, Tom Sobral, esperava mais.
“Eu esperava que todos os vereadores se fizessem presentes com esse assunto de segurança, saúde e educação pública. Espero que os encaminhamentos sejam válidos e que aconteçam ações efetivas que possam tirar nossos jovens das drogas e evitar que outros caiam nesse mundo”, frisou.