ANDRÉ SILVA
No Amapá, a disputa entre as distribuidoras do gás de cozinha por espaço no mercado fez com que o preço do botijão de 13 kg caísse quase R$ 15. Segundo representantes do setor, essa mudança pode ser temporária já que no início desta semana a Petrobras anunciou um reajuste de 6,7% no produto.
Desde o dia 3 de junho, os amapaenses tiveram uma surpresa quando o gás de casa acabou e tiveram que comprar outro. É que no dia anterior o preço do botijão estava em R$ 74. No dia seguinte, o preço havia baixado para R$ 60.
O portal SELESNAFES.COM apurou que a queda está ocorrendo somente no Amapá. Trata-se de uma disputa entre as quatro principais distribuidoras do produto no Estado, que começou depois que a Paragás, que detinha uma boa fatia do mercado, perdeu em um ano e meio o espaço para os demais fornecedores.
O fenômeno é confirmado pelo presidente do Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás do Amapá, Carlos Reis. Segundo Reis, houve uma época em que a Paragás detinha mais de 80% da fatia de mercado no Estado.
Na tentativa de reaver essa fatia, em uma ação considerada “predatória” por ele, a empresa tirou cerca de R$ 15 de sua margem de lucro (em algumas distribuidoras o preço pode chegar a R$ 59). O dirigente também disse que todas as distribuidoras tiveram que acompanhar o preço senão poderiam ‘quebrar’.
“A empresa (Paragás) fez isso com a intenção de prejudicar todas as outras distribuidoras pelo fato de ter perdido o espaço no mercado. Não tem nada a ver com a Petrobras”, considerou Reis.
Atualmente, além da Paragás, mais outras três distribuidoras operam no Amapá. São elas: Supergasbras, Ultra Gás, Liquigás.
O Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-AP) achou positiva a diminuição de preço, mas alertou que estará de olho se possíveis abusos ocorrerem depois que a disputa acabar. Eliton Franco, presidente do instituto, disse que desconhecia a disputa, mas garantiu que o Procon está atento a qualquer prática de crime contra o consumidor.
“Se for uma disputa que resulte em beneficio para o consumidor é salutar”, afirmou Franco.
Ele reforçou que o instituto faz regularmente fiscalizações em pontos de venda espalhados pela capital e demais localidades. O presidente do Procon confirmou que houve um aumento anunciado pela Petrobras e disse que outro ajuste superior a esse será combatido.
“Eu não vou aceitar revisões de preço acima do que a Petrobras já definiu. Estamos monitorando porque pode ter alguns abusos. Quer dizer, reduz e depois vai lá para cima? Deram margem para baixar agora vão querer aumentar?”, advertiu o presidente.